Tal como previsto, depois do adiamento de há dois dias, a Virgin Galactic realizou esta sexta-feira de manhã um voo de demonstração da SpaceShipTwo, conhecida como VSS Unity. Como já tinha acontecido, a nave levou a bordo dois pilotos, mas desta vez houve um terceiro elemento.

Coube a Beth Moses, instrutora chefe de astronautas na Virgin Galactic, o papel de “passageiro de teste”– sendo também a primeira mulher a voar pela empresa de Richard Branson. E além de ter aumentado o número de pessoas a bordo, a VSS Unity também melhorou a sua performance.

Esta sexta-feira a nave "conduzida" por Dave Mackay e Mike “Sooch” Masucci alcançou uma altitude de 89,8 quilómetros e uma velocidade máxima três vezes superior à velocidade do som - a maior de sempre para a Virgin Galactic - antes de posicionar as suas asas para o regresso a Terra.

Recorde-se que o primeiro voo de testes da VSS Unity aconteceu no final do ano passado, com a nave a alcançar os 80 quilómetros de altitude - considerado pela Força Aérea como a fronteira para o início do Espaço -, numa estreia para a empresa. O máximo que tinha alcançado, em testes anteriores, tinha sido cerca de 52 quilómetros.

“Costuma dizer-se que os pilotos têm o melhor lugar da sala, com a vista lá de cima, mas hoje não tenho a certeza”, afirmou David Mackay após o voo, citado pela Reuters, referindo-se ao que a Beth Moses podia ver e fazer no seu papel de “turista”.

A instrutora classificou a viagem como “um passeio indescritível” e fez questão de dizer ao “patrão”, que assistiu ao teste a partir do Mojave Air and Space Port, na Califórnia, entre muitos espectadores: “Richard, vais adorar!”.

Richard Branson e a sua Virgin Galactic estão na linha de partida da corrida ao turismo espacial tendo como concorrentes a Blue Origin de Jeff Bezos e a SpaceX de Elon Musk. O patrão do grupo Virgin quer "inaugurar" ele próprio o primeiro voo comercial da SpaceShipTwo, previsto para meados de 2019.