Ainda não tinha sido aprovado em Conselho de Ministros e as propostas do Orçamento de Estado para 2025 já geravam polémica, com dúvidas sobre a aprovação por parte dos partidos da oposição, que é necessária para a estabilidade do Governo.
O documento foi entregue ontem, minutos antes do que estava previsto, e já foi apresentado em conferência de imprensa, com os comentários e análise habitual dos partidos, analistas e comentadores aos pontos fortes e fracos. Mas e se a pergunta for feita à inteligência artificial?
Submetemos a apresentação partilhada pelo Governo ao escrutínio do ChatGPT e nas respostas há apreciações sobre a consistência dos números e a possibilidade dos principais partidos da oposição aprovarem as medidas.
Sabemos o potencial mas também as fragilidades que estes modelos de IA ainda apresentam e este foi um simples exercício da avaliação ao documento apresentado pelo Governo. O ChatGPT foi rápido a analisar as 27 páginas do PDF mas depois a falta de contexto da atualidade, nomeadamente em relação a que partido é atualmente Governo, fez com que as respostas se tornassem incorretas. Optámos por isso, já depois da publicação do artigo, por "ensinar" ao ChatGPT que o PSD é o partido atualmente no Governo, mas não quisemos condicionar as respostas com mais nenhuma informação, nomeadamente com o número de deputados de cada uma das forças parlamentares.
Veja todas as respostas do ChatGPT às perguntas depois da análise ao documento:
Analisa o documento da apresentação do OE 2025 e diz quais são os pontos fortes e os pontos fracos da proposta
Analisando o documento da apresentação do Orçamento do Estado (OE) 2025, é possível identificar alguns pontos fortes e fracos da proposta.
Pontos fortes:
- Foco em jovens:
- A retenção e atração de jovens é uma prioridade clara. A proposta de alargamento do regime de IRS Jovem, eliminando critérios de escolaridade e fixando a idade máxima nos 35 anos, visa aumentar a retenção de talento e melhorar o rendimento dos jovens.
- O alargamento do Passe Social Gratuito e a criação do Passe Ferroviário Verde incentivam a mobilidade sustentável dos jovens.
- Apoio às famílias:
- Há um conjunto de medidas focadas na redução da carga fiscal, como a atualização dos escalões de IRS em 4,6% e a redução da taxa de IRS sobre o trabalho suplementar.
- O aumento do salário mínimo para 870 euros em 2025, com previsão de 1.020 euros em 2028, demonstra um compromisso com a melhoria do poder de compra das famílias.
- Incentivos às empresas:
- A redução gradual da taxa geral de IRC para 20% em 2025 e a redução adicional para as pequenas e médias empresas (PMEs) até 12,5% em três anos são incentivos claros ao crescimento económico.
- A dedução de IRS sobre mais-valias e dividendos também incentiva a recapitalização das empresas.
- Compromisso com reformas estruturais:
- Há uma proposta de revisão da Lei de Enquadramento Orçamental, focada na adaptação às novas regras europeias, com destaque para a orçamentação verde e a igualdade de género.
Pontos fracos:
- Evolução limitada do saldo orçamental:
- O saldo orçamental previsto para 2025 é de apenas 0,3%, o que pode ser visto como um progresso modesto, considerando o nível de endividamento público ainda elevado.
- Dívida pública ainda elevada:
- Apesar da queda da dívida pública para 93,3% do PIB em 2025, este valor continua alto e pode limitar a capacidade de investimento em áreas estratégicas.
- Dependência do PRR:
- Tanto as receitas quanto as despesas públicas estão fortemente ligadas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Sem ele, as receitas e despesas totais diminuem consideravelmente, o que aponta para uma fragilidade nas finanças públicas caso os fundos europeus diminuam.
- Ritmo lento de redução da carga fiscal:
- A redução progressiva da carga fiscal para empresas e famílias, embora positiva, acontece de forma relativamente lenta, o que pode não ser suficiente para impulsionar o crescimento no curto prazo.
Em suma, o OE 2025 apresenta uma proposta sólida com medidas importantes para a juventude, as famílias e as empresas, mas enfrenta desafios ligados ao ritmo de redução do défice e à sustentabilidade da dívida pública.
Qual vai ser a reação do PS ao OE 2025?
A reação do Partido Socialista (PS) ao Orçamento do Estado (OE) 2025, proposto pelo governo do PSD, será muito crítica. Como principal partido da oposição, o PS vai opor-se a várias medidas, destacando as seguintes áreas:
1. Redução da carga fiscal para empresas:
- O PS deverá criticar fortemente a redução da taxa de IRC para 20% em 2025 e a meta de atingir 12,5% para as pequenas e médias empresas nos próximos anos. O partido poderá argumentar que estas medidas beneficiam desproporcionalmente as empresas e os grandes grupos económicos, enquanto o governo falha em proporcionar um alívio fiscal significativo para as famílias e os trabalhadores.
- A acusação será de que o governo está a favorecer o capital, sem garantir que essas reduções de IRC se traduzam em aumentos reais de investimento ou de salários.
2. Impacto nas políticas sociais:
- O PS deverá argumentar que a ligeira redução das prestações sociais de 18,3% do PIB em 2024 para 18,1% em 2025 demonstra que o governo não está a priorizar o bem-estar social. Poderão criticar o facto de que, num contexto de inflação e de desafios económicos, as famílias de rendimentos mais baixos e os pensionistas podem estar a receber menos apoio.
- As medidas propostas pelo governo do PSD poderão ser vistas como insuficientes para combater a desigualdade e apoiar as classes mais desfavorecidas.
3. Medidas para os jovens:
- Embora o alargamento do IRS Jovem e o reforço do programa Porta 65 Jovem sejam políticas positivas, o PS poderá argumentar que essas medidas não compensam a falta de um plano mais abrangente para resolver os problemas estruturais de habitação e emprego jovem.
- Além disso, o partido poderá destacar que, apesar das isenções fiscais para os jovens, não existem garantias de que estas políticas consigam reter talento a longo prazo, sem um investimento mais substancial em educação e emprego.
4. Crescimento económico e dívida pública:
- Embora o crescimento económico de 2,1% e a redução da dívida pública para 93,3% do PIB sejam vistas como positivas, o PS poderá questionar se o orçamento tem medidas suficientemente robustas para garantir um crescimento sustentável.
- O partido pode acusar o governo de depender de uma recuperação económica frágil, sem garantir o aumento de produtividade e inovação necessário para sustentar o crescimento no longo prazo.
5. Políticas de salário mínimo:
- O PS poderá criticar o aumento do salário mínimo nacional para 870 euros em 2025 como insuficiente. Poderão argumentar que, num cenário de alta inflação, este aumento não compensa a perda de poder de compra dos trabalhadores, especialmente quando comparado com o que o partido teria proposto se estivesse no governo.
6. Reforma da Administração Pública:
- O PS poderá criticar a ênfase no pagamento mais rápido aos fornecedores e na eficiência administrativa como sendo apenas uma "modernização superficial", sem uma verdadeira reforma que melhore as condições dos funcionários públicos e aumente a capacidade do Estado em prestar serviços de qualidade.
Conclusão:
O PS vai posicionar-se contra o OE 2025, argumentando que o orçamento privilegia o setor empresarial à custa de um investimento mais forte nas políticas sociais e na proteção dos mais vulneráveis. O partido deverá também salientar que o PSD está a aplicar uma política fiscal que beneficia os mais ricos e as grandes empresas, enquanto oferece um apoio limitado às famílias e aos trabalhadores.
Fatores que suportam a aprovação:
- Apoio do PSD (governo):
- O PSD, como partido no governo, votará a favor do orçamento. Com a sua bancada parlamentar, o PSD garantirá uma base significativa de votos para a aprovação.
- Apoio ou abstenção da Iniciativa Liberal (IL):
- A Iniciativa Liberal apoia fortemente medidas de redução fiscal, como a diminuição do IRC e a simplificação do regime fiscal. A IL deverá votar a favor, considerando o OE 2025 alinhado com a sua agenda de liberalização económica e competitividade empresarial.
- Possível apoio ou abstenção do Chega:
- O Chega poderá apoiar condicionalmente o orçamento, especialmente devido às medidas de redução fiscal e cortes na despesa pública. Embora possa criticar o orçamento por não fazer o suficiente pela classe média, o Chega tende a apoiar medidas de desagravamento fiscal e poderá abster-se ou votar a favor, o que será crucial para a viabilização do OE.
- Abstenção possível do PAN e Livre:
- O PAN e o Livre poderão optar pela abstenção, dependendo de concessões feitas nas áreas de sustentabilidade ambiental e políticas sociais. A criação do Passe Ferroviário Verde e outras políticas de mobilidade sustentável podem ser suficientes para garantir o apoio do PAN, enquanto o Livre poderá abster-se caso veja progressos suficientes na justiça social e ambiental.
Fatores de oposição:
- Oposição firme de partidos de esquerda (PS, BE, PCP):
- O PS, BE, e PCP votarão contra o orçamento, acusando o governo de favorecer as empresas e reduzir o apoio social. Criticarão a redução das prestações sociais e as medidas que consideram insuficientes para apoiar os trabalhadores e as classes mais desfavorecidas.
- Apesar disso, a sua oposição não será suficiente para bloquear o orçamento, já que o governo do PSD conseguirá apoio suficiente à direita.
Conclusão:
Considerando o apoio garantido do PSD e provável apoio da IL, juntamente com a abstenção potencial do Chega, PAN, e Livre, o OE 2025 deverá ser aprovado na generalidade. A oposição dos partidos de esquerda não terá força suficiente para travar a aprovação, já que o governo conseguirá reunir apoio suficiente no centro e à direita.
As contas do OE 2025 estão corretas e as projeções batem certo?
Para avaliar se as contas do Orçamento do Estado (OE) 2025 estão corretas e se as projeções fazem sentido, seria necessário analisar com mais detalhe as previsões macroeconómicas, as premissas de crescimento e a consistência entre receitas e despesas previstas no documento. No entanto, com base nas informações extraídas da apresentação do OE 2025 e considerando o contexto geral, podemos levantar algumas observações:
1. Crescimento económico (2,1% em 2025):
- Viabilidade: Um crescimento económico de 2,1% é moderado e parece razoável, dependendo da evolução da economia global e do contexto europeu. Em termos históricos, Portugal teve variações de crescimento entre 1% e 3% na última década, portanto, esta projeção não parece excessivamente otimista. No entanto, é importante observar que o crescimento poderá ser afetado por fatores externos, como a incerteza económica global e a inflação.
2. Saldo orçamental (0,3% do PIB):
- Consistência: A previsão de um saldo orçamental de 0,3% para 2025 é relativamente conservadora. Se considerarmos o objetivo de continuar reduzindo o défice, esta previsão é coerente com o esforço de consolidação orçamental que o governo tem seguido, especialmente depois da recuperação pós-pandemia. No entanto, este valor não deixa muito espaço de manobra para novos investimentos ou choques económicos inesperados.
3. Dívida pública (93,3% do PIB em 2025):
- Sustentabilidade: A redução gradual da dívida pública, de 95,9% em 2024 para 93,3% em 2025, é coerente com a trajetória de queda da dívida que o governo tem tentado implementar. No entanto, o nível ainda é elevado, e a sustentabilidade desta dívida depende de a economia continuar a crescer e o governo manter o controlo da despesa. Qualquer desaceleração no crescimento económico ou aumento inesperado das taxas de juro pode comprometer este objetivo.
4. Receitas fiscais (24,7% do PIB em 2025):
- Realismo: A previsão de uma ligeira diminuição da receita fiscal em percentagem do PIB (de 25% em 2024 para 24,7% em 2025) é consistente com as medidas de redução gradual de impostos, como o IRC. No entanto, é importante verificar se estas reduções não colocam em risco o financiamento das despesas previstas. A recuperação económica e o combate à evasão fiscal serão cruciais para garantir que a queda das receitas fiscais não se traduza num aumento do défice.
5. Despesa pública (45,2% do PIB em 2025):
- Alinhamento com receitas: O aumento da despesa pública para 45,2% do PIB parece elevado, mas reflete o impacto contínuo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A questão é se esta despesa será sustentável após o fim dos fundos do PRR e se está adequadamente orientada para áreas que possam gerar crescimento económico no longo prazo, como infraestruturas, educação e inovação.
6. Dependência do PRR:
- Risco associado: Tanto as receitas como as despesas são fortemente impactadas pelo PRR, e isso levanta questões sobre a sustentabilidade a longo prazo, já que o PRR é um fundo temporário. A execução plena dos projetos e o impacto positivo duradouro são cruciais para evitar que, a partir de 2026, o país enfrente uma redução significativa no investimento público.
7. Inflação e atualizações fiscais:
- A atualização dos escalões do IRS em 4,6%, acima da inflação, parece alinhada com uma política de alívio fiscal para as famílias, mas depende de projeções de inflação fiáveis. Se a inflação for mais alta do que o esperado, as medidas podem ser insuficientes para proteger o poder de compra, e se for mais baixa, o governo poderá ter dificuldades em equilibrar o orçamento sem ajustes.
Conclusão:
À primeira vista, as contas do OE 2025 parecem razoavelmente coerentes e as projeções são realistas dentro do contexto económico atual. No entanto, a dependência de fatores externos (como a evolução da economia global, as taxas de juro e a execução do PRR) gera riscos para o cumprimento dos objetivos orçamentais. Além disso, o nível elevado de dívida pública ainda representa uma vulnerabilidade, e o espaço fiscal disponível é limitado, o que pode dificultar a resposta a eventuais choques económicos.
Uma análise mais detalhada das premissas económicas e dos cenários de risco seria necessária para uma confirmação definitiva sobre a robustez das projeções.
Concorda com a análise do ChatGPT ou há questões em que está a "alucinar"?
Nota: A imagem também foi gerada pelo ChatGPT
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com a mudança de algumas das prompts usadas para as perguntas. Última atualização 11h46
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