Foi hoje anunciado em Óbidos a inauguração de uma associação dedicada ao estudo da indústria do gaming e dos eSports do país. O OGE: Observatório do Gaming e dos eSports pretende responder a uma necessidade e uma falta que existe em diversos países da Europa, incluindo Portugal, que é a ausência de dados factuais e fidedignos sobre esta indústria.
Em entrevista ao SAPO TEK, antecipando a apresentação, Rui Jesus, presidente da assembleia geral do OGE destaca que o conceito existe em outras áreas, como a saúde, justiça, etc. O papel que a associação se propõe é observar, perceber, de forma atual e a curto prazo, o estado do gaming e dos eSports em Portugal, quer ao nível do mercado, a realidade social e mesmo o que significa e representa esta indústria no país.
Propõe-se também responder a algo que fui diagnosticado há muito tempo: a inexistência de dados concretos sobre esta realidade. “O observatório nasce a partir de uma sugestão da União Europeia desde novembro de 2022 para que em cada país se estabeleça mecanismos para criar um retrato real do setor de gaming e eSports”, refere Rui Jesus. De resto, a associação será também aquilo que os seus associados desejarem fazer.
A apresentação em Óbidos, município que acolheu a iniciativa, tornando-se a sede do projeto. Rui Jesus espera que o projeto beneficie a região, mas que seja sobretudo útil a todo o país.
O OGE convida a todos os players e associados a juntar-se para contribuir com dados reais e fidedignos sobre a indústria em Portugal, sendo uma associação aberta e agregadora a todos os protagonistas da área. Interessa ao observatório recolher e analisar os dados, sejam de entidades públicas e privadas, marcas que desejem investir nos eSports, jovens que querem começar a sua atividade empresarial e apostar na área.
“Como é que vão conhecer a área? Atualmente pesquisam nas notícias, perguntam a pessoas que percebem do assunto. Mas não existem dados reais e oficiais, algo que está diagnosticado há muito tempo em Portugal”, explica Rui Jesus.
Faz a comparação com os dados de gaming que existem sobre o panorama internacional, muito devido ao trabalho das agências. Mas que em Portugal não existe esse trabalho e o que há são dados privados, fornecidos às respetivas empresas do sector. A diferença que o observatório deseja demarcar-se é sobre a utilidade pública desses dados recolhidos.
E dá como exemplo que não basta apenas registar os feitos internacionais das principais equipas nacionais, como a presença da SAW no Major pela primeira vez. “Há que também dar o outro lado da moeda, tentar perceber qual a razão do encerramento da Offset no ano passado, uma das mais sólidas organizações nacionais, assim como a mais jovem, mas também importante Fourteen Esports”. Rui Jesus diz que a OGE pretende reunir todos esses dados para dar as respostas às perguntas que são muitas vezes colocadas.
O presidente da assembleia geral aponta ainda às questões legais ligadas ao sector, apontando que este ainda não é regulado, que não teve intervenção pública do Estado. Não pretende apenas agilizar o sector para atrair empresas e investimento, mas também colocar um contraponto, encontrar-se regras para operar no sector. Tirando as leis gerais de negócio, não existe regulamento específico para este sector. Essa será então a missão do Observatório do Gaming e dos eSports.
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