A Associação Nacional de Professores de Informática (Anpri) recebeu a indicação de que as escolas receberam as instruções para a instalação da Aplicação da Realização de Provas e Produção de Credenciais. As provas em suporte digital começam no próximo dia de maio, mas as escolas afirmam que receberam as respetivas instruções de procedimentos, que foram publicadas na última quinta-feira, dia 11, às 18h38, depois do horário letivo das escolas, na página do Júri Nacional Exames.

As escolas queixam-se que apenas têm dois dias úteis para instalarem os processos. Segundo a Anpri, os professores são a favor da desmaterialização das Provas Externas, mas que o prazo é demasiado curto para colocar o programa a funcionar. “Nunca, durante o ano letivo, nas diversas reuniões e sessões, as escolas foram informadas da necessidade de instalar uma aplicação nos computadores. Mas, surpreendam-se, recebem essas indicações a dois úteis do início das provas”.

Nas instruções lê-se que por questões de segurança e equidade entre os alunos é necessário instalar uma aplicação em todos os equipamentos utilizados pelos alunos, tanto online como offline. Lê-se ainda no manual que é fundamental que sejam realizados testes com o máximo de alunos, utilizando as tarefas de ambientação.

As escolas queixam-se da falta de técnicos de informática, deixando a pergunta “quem é que vai fazer este serviço nas escolas?”. A resposta é imediata, os próprios professores de informática, lê-se no comunicado, entre outros colegas com conhecimento digital.

Instalar e testar a aplicação aos alunos de uma escola, com seis turmas com uma média de 25 alunos, somam-se 150 alunos. Mas uma vez que as provas estão previstas para os estudantes do 2º, 5º e 8º ano, são cerca de 450 alunos e respetivos computadores. “Com a realização das provas nos computadores cedidos aos alunos por comodato, então serão 450 instalações e verificações, sendo que a maioria dos computadores, estão em casa dos respetivos alunos”.

O problema estende-se com a realização das provas offline e isso obriga a criar um servidor local. Mais uma vez, os docentes perguntam quem é que o vai criar. A Anpri refere que o plano de transição digital nas escolas tem sido “levado às costas pelos mesmos de sempre, os professores de informática, que estão exaustos, sem o tempo adequado para tratar de todos estes processos, que têm vindo a aumentar nos últimos anos”. Afirma que já contou com indicações tardias, mas que este caso “é demais”.

Afirma ainda que se trata de uma falta de respeito, pelo tempo previsto e questionam se os professores foram dispensados das aulas para o fazer. Acrescenta que este plano de transição digital “trouxe para a escolas mais planos e planinhos, relatórios e preenchimento de plataformas, mais cargos e ainda, vem aí a coordenação dos Centro Tecnológicos Especializados e a Coordenação dos Laboratórios de Educação Digital, mas horas no crédito de escola são as mesmas”.

Apesar da queixa dos prazos, os professores reforçam que não contra o processo de desmaterialização da avaliação externa, referindo que o projeto até foi planeado para ser implementado de forma gradual, mas a entrega do equipamento às escolas não foi feita dentro dos prazos previstos, afetando este processo. E com isso, pedem o adiamento por mais um ano letivo.

Nota de redação: O SAPO TEK tentou contactar a Anpri para mais esclarecimentos, mas até ao fecho da notícia ainda não foi possível.

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