Foi hoje formalizado, no âmbito do VI Encontro Nacional de Software Livre, um protocolo entre a ESOP – Associação de Empresas de Software Open Source Portuguesas – e a Agência para a Modernização Administrativa (AMA), patrocinado pelo Gabinete do Plano Tecnológico. Este protocolo prevê a realização de algumas iniciativas de promoção do software livre na Administração Pública, entre as quais se conta a possibilidade de desenvolver um pacote de software em conjunto com o IAPMEI.

À margem da conferência, Anabela Pedroso, presidente da AMA, explicou ao TeK que esta é uma ideia que já está iniciada e que já foi feito o convite ao IAPMEI mas que não há ainda timmings definidos. “As PMEs são um foco muito importante pela importância que têm na dinamização da economia. Pensamos ter condições para avançar com este projecto na base de experiências que já existem”, sublinha Anabela Pedroso.

A presidente da AMA lembrou ainda que embora a Agência seja independente em termos tecnológicos, tem vindo a promover a interoperabilidade, que está na base de projectos estruturantes na AP como a Plataforma de Interoperabilidade. Anabela Pedroso apontou ainda como exemplo de interoperabilidade o Cartão de Cidadão e defendeu em declarações ao TeK que é importante que o mercado desenvolva as suas aplicações de autenticação com base nos sistemas do Cartão, que pode ser a base de soluções de autenticação forte das empresas, desafiando a comunidade open source a fazê-lo.

O protocolo prevê a colaboração entre a ESOP e a AMA no desenvolvimento do Portal de Software Livre, que já existe no âmbito do CITIAP mas que irá ser reforçado em termos de conteúdos com mais informação sobre casos de sucesso mas também com a disponibilização de soluções. Serão ainda desenvolvidos workshops técnicos em entidades da Administração Pública e promovida a partilha de código entre entidades.

Gustavo Homem, presidente da ESOP, defende que este é um momento importante para Portgal e que é essencial o Estado mostrar vontade de fazer este primeiro investimento. “O open source tem um triplo efeito benéfico na economia: melhora a balança comercial ao reduzir as importações de software, reduz os custos das empresas com sistemas de informação e deixa mais margem de investimento e favorece o PIB já que os custos com software são reinvestidos na economia local”, lembra o responsável.

“Este protocolo é uma base para a exploração de outras ideias” de dinamização do open source em Portugal, adianta ainda Gustavo Homem. A associação anunciou também hoje a entrada de mais quatro empresas na lista de associadas, a Javali, MoreData, Multibase e Tinta Digital.





Fátima Caçador


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