Lisboa vai acolher a rede europeia de supercomputação: PRACE - Partnership for Advanced Computing in Europe.

Esta parceria reúne "os melhores e maiores centros de supercomputação de 20 países". Portugal é representado no consórcio pelo Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra (UC), que opera o supercomputador Milipeia.

A sede provisória do Projecto ficará instalada em Portugal, decidiu a Comissão Directiva - que integra países como Alemanha, Holanda, Inglaterra, Espanha e França - reunida em Franquefurt.

Esta decisão espelha "o reconhecimento do esforço que a Universidade de Coimbra tem vindo a fazer pelo desenvolvimento da supercomputação em Portugal", afirma Manuel Fiolhais, Director do Centro de Física Computacional da UC, citado no comunicado enviado pela instituição.

O cientista espera ainda que a escolha de Portugal contribua "para uma melhor percepção, por parte dos responsáveis políticos, da importância da supercomputação para o progresso científico, mas também social e económico, do país", acrescentou.

As infra-estruturas de computação de elevado desempenho terão uma importância cada vez maior, nomeadamente "para compreender fenómenos como as alterações climáticas, desenvolver soluções energéticas mais limpas e mais baratas", e são já ferramentas essenciais na área da saúde, "na busca de novos medicamentos e de cura para certas doenças"explicou Pedro Vieira Alberto, responsável pela operação do supercomputador português Milipeia.

A supercomputação é também "uma área estratégica para a competitividade científica e económica. Empresas como a IBM, Microsoft, Sun e HP, entre outras, têm investido muito em supercomputação", sustenta este responsável.

O PRACE fornece suporte para a ciência europeia que necessita de supercomputação, fazendo a gestão de projectos científicos nessa área e a ponte entre os cientistas e os centros com sistemas computacionais projectados para resolver problemas científicos e tecnológicos de extrema complexidade (supercomputação), na Europa.

Na prática, os cientistas submetem os seus projectos a uma avaliação e, depois de aprovados, o PRACE providencia os meios de supercomputação adequados às suas necessidades.

Em Portugal, a Universidade de Coimbra tem sido pioneira no desenvolvimento deste tipo de tecnologia e dispõe de um supercomputador com 520 processadores: o Milipeia.