Setembro é mês de regresso às aulas e é altura de refletir sobre as escolas que os jovens portugueses frequentam, e também sobre a sua transformação, sobretudo depois dos investimentos feitos no Plano Tecnológico da Educação aprovado em 2007.
No arranque do novo ano letivo, o TeK procurou fazer o "retrato" das escolas do primeiro ciclo ao secundário, a nível da tecnologia disponível, mas também da formação e da utilização das ferramentas no âmbito das aulas, um trabalho que vamos publicar ao longo dos próximos dias.
Começamos pela avaliação do número de computadores em utilização, da sua adequabilidade e "idade", assim como de todas as condições restantes, de rede, software e assistência técnica, mas esta é uma realidade dificil de medir, sobretudo porque até à data não conseguimos ter acesso a muita da informação solicitada à DGES e ao próprio Ministério da Educação.
Dos números conhecidos, o estudo da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e da Ciência, publicado este ano e intitulado “Modernização Tecnológica das Escolas 2014/2015”, indica que existem 436.870 computadores nas escolas portuguesas do continente. Desse número, 85% estão na Escola Pública e 30% estão alocados ao 3º ciclo do Ensino Básico. Os dados mostram também que 248.403 computadores tinham mais de três anos.
Do total de computadores nas escolas, pouco mais de 366 mil têm acesso à internet, segundo estes dados. No entanto, destes cerca de 58 mil estão reservados a fins administrativos.
Mas efetivamente, o que está a ser feito para manter este parque ativo e atualizado, com os computadores e ferramentas a funcionar em prol do ensino?
Um projeto para reforçar competências tecnológicas
Em conversa com o TeK, o Secretário de Estado da Educação João Costa afirmou que as escolas portuguesas ainda estão aquém do ideal no que toca à integração tecnológica. No entanto, o membro do Governo referiu que já foi feito algum caminho nesse sentido.
O Secretário de Estado salienta que a correta implementação da tecnologia nas escolas portuguesas tem de acontecer no âmbito daquilo a que chamou de uma tríade “Formação-Infraestrutura-Projeto Pedagógico”, a coluna vertebral da Agenda Digital que vem sendo desenvolvida pelo Governo.
A modernização do parque informático das escolas portuguesas “requer um esforço financeiro grande”, referiu. No entanto, diz que de nada adianta trabalhar a tecnologia isoladamente. Há que apostar na formação tecnológica dos professores, bem como no desenvolvimento de um Projeto Pedagógico que englobe e faça interagir todas estas vertentes.
O responsável explicou que este Projeto Pedagógico tem como objetivo complementar as competências tecnológicas “com outras competências que são hoje exigidas a todos os cidadãos, como a resolução de problemas, capacidade de comunicação, integração de conteúdos”.
Nos próximos dias o TeK vai continuar a abordar o tema com a visão dos professores sobre a forma como estas ferramentas são utilizadas, também dando destaque ao que mudou nas ferramentas usadas na sala de aula, nomeadamente nos manuais escolares nas últimas décadas.
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