A sonda lançada pela NASA terá entrado em modo de segurança, um procedimento de recurso habitual nestes sistemas quando se ressentem de um qualquer problema técnico. Situação idêntica tinha acontecido recentemente com o Curiosity, o “todo o terreno” que percorre a superfície marciana.

Os engenheiros da agência espacial norte-americana ainda não sabem exatamente o motivo de tal comportamento da Juno, mas os dados preliminares mostram que houve uma monitorização do desempenho do software que levou à reinicialização do computador de bordo.

A “sesta forçada” impediu que a recolha de dados programada para acontecer esta quarta-feira, durante a aproximação a Júpiter que acontece a cada cerca de 53 dias, não pudesse ser realizada.

Esta falha técnica tinha sido precedida de uma outra uns dias antes, numa das válvulas do motor, que levaram ao adiamento da manobra de redução do período orbital, que reduziria o ciclo para aproximação máxima de Júpiter dos tais 53,4 dias para 14.

Devido aos dois problemas, a próxima recolha de dados só acontecerá a 11 de dezembro, situação que representa um atraso considerável nos planos da agência espacial norte-americana.

Recorde-se que a sonda saiu da Terra há cinco anos, ao abrigo de um projeto de 1,1 mil milhões de dólares, e só no dia 4 de julho de 2016 alcançou Júpiter, naquele que foi um dos grandes passos dados nos últimos anos na esfera da exploração espacial.

A Juno tem como missão recolher informação vária, nomeadamente, novos dados sobre as faixas coloridas que envolvem o gigante gasoso, sobre a existência ou não de um núcleo e sobre a origem da chamada Grande Mancha Vermelha (Great Red Spot), uma tempestade gigantesca que se mantém há séculos no planeta.

Outro objetivo é medir a quantidade de água na atmosfera, por sua vez um indicador da quantidade de oxigénio presente quando o planeta se formou, e da possível rota de migração de Júpiter dentro do Sistema Solar.