Chama-se projeto iBROW e é mais um projeto financiado ao abrigo do programa da Comissão Europeia Horizonte 2020. Ao fim de três anos de investigação e desenvolvimento, e com um orçamento de quatro milhões de euros oriundos do programa, 11 parceiros internacionais desenvolveram uma tecnologia que permite aumentar em 10 vezes a velocidade de transferência de dados atual. O projeto foi coordenado pela Universidade de Glasgow, mas teve o envolvimento de duas entidades nacionais: o INESC TEC e a Universidade do Algarve.
A tecnologia consiste num dispositivo chamado RTD (díodos de túnel ressonantes), em forma de um pequeno chip integrado na rede de fibra ótica. Este tem um baixo custo e é energeticamente eficiente, “abrindo a torneira” para a transmissão de dados ultrarrápidos na rede. Segundo os investigadores, o RTD permitiu atingir uma velocidade de 10 gigabits por segundo, quando o normal fica da casa 1 gigabit por segundo.
Segundo explicou Luís Pessoa, investigador sénior e coordenador da equipa do INESC TEC, ao SAPO TEK, existem duas versões do chip em desenvolvimento. Um será integrado no próprio smartphone para comunicar a alta velocidade com outros dispositivos e computadores na própria rede. A outra versão pretende fazer de interface entre os dispositivos com sinal wi-fi e a rede de fibra ótica, substituindo os chamados “access points” de acesso online. Por agora apenas funciona até alguns centímetros, mas futuramente será de metros.
Tendo em conta que a rede de fibra ótica conhecida atualmente suporta transferências na ordem dos 400 gigabits por segundo, “esperamos daqui a alguns anos atingir os 100 gigabits por segundo com o chip RTD, a operar no espectro dos 300 giga-hertz”, destaca o investigador.
Respondendo à questão do SAPO TEK da estratégia de enquadramento na quinta geração móvel esperada para os próximos anos, Luís Pessoa sublinha que “a tecnologia é bem mais à frente, será já 6G”.
O projeto, que foi demonstrado durante o programa europeu iBROW (Innovative ultra-BROadband Wireless), diferenciou-se de outras soluções através do uso do RTD como interface entre o domínio da fibra ótica e as comunicações sem fios.
Pode assistir no vídeo (que utiliza muitos termos técnicos e diversos aparatos eletrónicos) a uma demonstração do sistema testado nos laboratórios da Universidade de Glasgow a uma frequência de funcionamento de 300 giga-hertz e no INESC TEC a 100 giga-hertz. Os valores normais de Wi-Fi, variam entre os 2,4 e 4 giga-hertz.
O objetivo dos investigadores é que os chips sejam integrados nos telemóveis futuramente e utilizados nos sistemas de Acess Point da fibra ótica. O RTD já está em condições para ser fabricado, mas tudo depende da indústria, pois as universidades não têm a capacidade de fabricar os circuitos integrados em série, é referido no comunicado.
Para além das duas instituições nacionais e a Universidade de Glasgow, estão envolvidas mais quatro entidades do Reino Unido, duas alemãs e dois parceiros franceses. Segundo referiu Luís Pessoa, a divisão alemã da Nokia é um dos investidores do projeto, sendo um dos parceiros que vai adotar a tecnologia quando esta “arrancar”.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Câmara Osmo Action 5 Pro da DJI tem novo sensor, mais autonomia e ecrãs maiores -
App do dia
Whee: uma nova rede social tipo Instagram criada pela equipa do TikTok -
Site do dia
Markable é um motor de pesquisa desenhado para marcadores de endereços de internet -
How to TEK
Descubra mais informação sobre uma imagem através do Google Lens
Comentários