A Comissão Europeia deu início a duas alianças industriais: a Aliança para tecnologias de processadores e semicondutores, e a Aliança Europeia para Data, Edge e Cloud Industrial. O objetivo é tornar a União Europeia mais competitiva no sector tecnológico, permitindo avançar até à próxima geração de microchips e tecnologias computacionais de cloud/edge a nível industrial. Além disso, vão permitir reforçar as infraestruturas críticas digitais, os produtos e serviços. As duas Alianças reúnem interessados empresariais, representantes dos Estados-membros, academia, utilizadores, assim como organizações tecnológicas e de investigação.
Para Margrethe Vestager, vice-presidente executiva para Europa preparada para a Era Digital, as tecnologias cloud e edge apresentam um enorme potencial económico para os cidadãos, negócios e administrações públicas, no que diz respeito ao aumento de competitividade e à oferta das necessidades específicas da indústria. “Os microchips são o coração de todos os equipamentos que utilizamos diariamente, desde os smartphones aos passaportes. Estes pequenos componentes trazem oportunidades enriquecedoras para os avanços tecnológicos”, salientando que suportar a inovação destes sectores críticos será crucial e poderá ajudar a Europa dar um salto em frente junto com outros parceiros com o mesmo pensamento.
Palavras em sintonia com Thierry Breton, comissário europeu para o mercado interno, que afirma que a Europa tem tudo o que é preciso para liderar a corrida tecnológica. Salienta que a aliança dos semicondutores vai rebalancear o fornecimento global, garantindo que tem capacidade de desenhar e produzir os mais avançados chips de 2 nm ou menores.
Deixar de depender de terceiros e aumentar quota global de fornecimento de semicondutores
Relativamente à Aliança para tecnologias de processadores e semicondutores, o desenvolvimento desta tecnologia será uma componente essencial para o progresso industrial da Europa nesta área. Vai permitir identificar e corrigir os atuais “bottlenecks”, as suas necessidades e dependências entre toda a industria. Pretende ainda ajudar a indústria a sair da crise dos semicondutores, desde que garanta a capacidade de desenhar e produzir os chips mais avançados, ao mesmo tempo que reduz a sua dependência. Espera aumentar a quota da produção dos semicondutores a nível global para 20% até 2030.
E qual é o plano? A Aliança vai estabelecer a capacidade de design e construção necessária para produzir os processadores de próxima geração e componentes eletrónicos. Na prática, vai conduzir a capacidade de produção de chips de 16 nm para 10 nm para as necessidades europeias, assim como abaixo de 5 nm e 2 nm, de forma a antecipar as necessidades futuras da indústria. Reforça ainda que os mais avançados tipos de semicondutores têm melhor performance e o potencial de poupar energia em todos os sectores.
No que diz respeito à Aliança Europeia para Data, Edge e Cloud Industrial, é referido que atualmente o volume de dados gerados é de 20%, mas em 2025 será aumentado em 80%. A União Europeia vê uma grande oportunidade para reforçar a sua própria capacidade de cloud e edge. Para tal será necessário o desenvolvimento de novas tecnologias de processamento de dados, mas sobretudo, largar os modelos de infraestruturas centralizadas.
Os novos modelos terão de utilizar recursos seguros e serem mais eficientes ao nível energético. A Aliança vai servir as necessidades dos cidadãos da União Europeia, os negócios e o sector público, ao processar dados altamente sensíveis, ao mesmo tempo que espicaça a competitividade da indústria nas tecnologias cloud e edge.
As Alianças estão abertas a todos os participantes, do sector público ou privado, através do respetivo representante legal da União Europeia, mas devem consultar as condições associadas.
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