Quando um estúdio de videojogos lança o produto final para os consumidores o jogo até pode vir com qualidade, mas para muitos utilizadores isso não chega. Falta sempre qualquer algo, seja no aspeto técnico, na jogabilidade ou no nível de "loucura" do título.

Por isso muitos programadores deitam mãos à obra e decidem criar modificações para os jogos. Por norma estas mods são partilhadas em fóruns, mas o impacto que têm é de tal forma grande que chegam a fazer manchetes na imprensa especializada. Veja por exemplo o artigo onde são detalhadas dez mods que tornam o jogo The Elder Scrolls V: Skyrim num título "perfeito".

E a escolha de Skyrim aqui não é inocente. Justamente porque este é o primeiro jogo cujas modificações podem ser vendidas através da Steam, a maior loja de jogos para computadores.

Esta é uma novidade no mercado digital da Valve e acaba por inaugurar também uma nova forma oficial de monetização que os programadores independentes podem explorar.

Mas o movimento da Valve já está a criar divisões nos fóruns de discussão. Parte da comunidade ligada às mods já está a protestar por a empresa querer fazer dinheiro de algo que até aqui era quase sempre gratuito. Há inclusive uma petição online com mais de 33.000 assinaturas que pede a retirada do projeto, como salienta a PC World.

Verdade é que só se junta ao programa da Valve quem quer. Mas o receio pode estar no facto de a proposta ser demasiado tentadora para os programadores, que em alguns casos investem centenas de horas nas criações.

Até aqui além dos donativos e contribuições da comunidade, por vezes os modders conseguiam emprego nos estúdios devido ao trabalho que desenvolveram.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico