A APDSI - Associação Para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação apresentou ontem os resultados do estudo "O Que o Sector da Saúde Tem a Ganhar com o Desenvolvimento da Sociedade da Informação". O trabalho reúne um conjunto de testemunhos fornecidos por académicos, indústria e médicos ligados a várias áreas da saúde electrónica.



A divisão do trabalho obedece a três grandes secções: Desenvolver uma Sociedade da Informação no Sector da Saúde; Produtos e Soluções e Telemedicina Prática Clínica em Portugal, que procuram cobrir um conjunto de preocupações chave relacionadas com os vários projectos em marcha nesta área.



Maria Helena Monteiro, que dirigiu a edição do documento, considera que o estudo "denota que há uma consciência generalizada sobre o caminho a seguir e a necessidade de consolidar os projectos em marcha".



A responsável refere-se aos projectos que fazem parte do Plano de Acção para a Saúde, onde se incluem "infra-estrutura de rede, cartão de utente, sistemas integrados de gestão hospitalar, aspectos de segurança, entre outros", detalha.



A intenção da APDSI é dirigir o estudo à sociedade civil, assegurando que através dos canais próprios irá chegar aos grupos parlamentares e às entidades relacionadas com as políticas de saúde, referiu José Dias Coelho, presidente da APDSI.



Em cada secção do estudo são abordados vários aspectos onde se incluem a importância da formação de recursos humanos, o desenvolvimento das estruturas potenciadoras das TIC. Relativamente a estes aspectos são citados alguns números que revelam preocupação com as questões da formação, enquanto condicionante para o uso das tecnologias ao serviço da saúde.



Paulo Almeida, da SAP, refere um estudo nacional recente (que não identifica) onde se revela que a totalidade dos hospitais nacionais continuam a utilizar registos clínicos em papel, embora a grande maioria tenha à sua disposição meios electrónicos.



Cerca de 46 por cento dos hospitais têm instalados meios para efectuar registos clínicos electrónicos há mais de cinco anos, embora optem por não abandonar o suporte em papel. Este fenómeno é em parte explicado pela falta de formação adequada.



Numa outra secção do documento é também abordado o aspecto da formação, desta vez recorrendo a um estudo levado a cabo no ano passado pela Apifarma que demonstrou não existirem preocupações estratégicas com a Formação no Serviço Nacional de Saúde, revelando ainda que são os quadros técnicos como médicos, enfermeiros e técnicos quem mais beneficia de acções de formação.



O estudo contou também com a colaboração da Associação para o Desenvolvimento na Telemedicina.



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