A responsável pelo mais popular serviço de música da Internet está a usar o seu poder para fazer pressão junto das instâncias americanas que apreciam neste momento sucessivos pedidos de actualização dos valores pagos por direitos de autor.

O Copyright Royalty Board está a analisar a questão sob forte pressão da indústria musical, que considera insuficiente a compensação recebida em nome dos artistas sempre que uma música é vendida. A proposta em análise pelo painel de especialistas visa aumentar em 66 por cento o valor hoje pago aos artistas por cada tema vendido, um valor bem inferior ao que na totalidade é pago às editoras. Dos 9 cêntimos de dólar, passaria a 15 cêntimos de dólar por música.

A Apple não vê com bons olhos a alteração e já falou sobre o assunto dizendo que não está disposta, nem a aumentar o valor pago por direitos de autor em cada música vendida, nem o valor de cada música, que nos Estados Unidos custa 99 cêntimos de dólar.

A empresa terá mesmo dado a entender que considera a hipótese de cancelar o serviço se for obrigada a pagar mais pelo copyright das músicas, como citam várias fontes na imprensa internacional.

A Apple já comentou por diversas vezes cenários de aumento dos valores pagos às entidades gestoras de direitos de autores, garantindo que só está no negócio da música digital enquanto este for rentável.

A empresa de Steve Jobs garante que actualmente 70 por cento das suas receitas vão para as editoras. Do dinheiro pago a estas, uma percentagem vai para os artistas. É esta percentagem que está em vias de ser alterada.

Segundo dados da RIAA as vendas de música em formato digital aumentaram no ano passado 46 por cento fazendo com que o mercado passasse a valer 1,2 mil milhões de dólares.