O estudo é de abril, mas não deixa de ser atual e importante para alertar utilizadores que abusam da utilização do smartphone. O estudo da Frontiers in Public Health focou-se na população geral austríaca na comparação de dois períodos diferentes, em 2022 e 2024. Os investigadores chegaram à conclusão que existem ligações na cada vez mais integração dos smartphones na nossa vida diária com impacto na saúde mental, quando há risco de utilização excessiva. 

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Os resultados do relatório indicam que houve um aumento significativo na utilização de smartphones entre 2022 e 2024. Houve uma prevalência de utilização problemática dos equipamentos observado em 2024. Nas suas conclusões, a maior utilização do smartphone está associada ao aumento de problemas de saúde mental, sobretudo aqueles que gastam pelo menos 3 horas diárias nos seus equipamentos. Indo mais ao pormenor, as mulheres, sobretudo participantes mais novas, assim como residentes de Viena, mostraram mais problemas ligados ao uso de smartphone. 

A conclusão é de que o aumento da utilização dos smartphones entre, 2022 e 2024, está também relacionado a problemas de saúde mental, destacando a necessidade de intervenções da saúde pública para tratar do bem-estar digital. Neste caso, as mulheres e indivíduos jovens, assim como residentes urbanos, podem requerer estratégias para mitigar o uso excessivo dos smartphones. 

Os smartphones estão integrados na vida das pessoas, utilizados como meio de comunicação pessoal, o acesso à informação, as interações profissionais, para o entretenimento e em muitas situações, como um “escape mental” das sociedades modernas. O período analisado corresponde ao pós-pandemia, o que significa, segundo os autores, que a COVID-19 alterou drasticamente as rotinas diárias, acelerando a adoção digital. Também intensificou a dependência nos smartphones para a socialização, o trabalho, mas também abriu o caminho do isolamento. 

Durante a pandemia, os desafios de saúde mental surgiram globalmente, e a Áustria foi um dos primeiros países a oferecer dados de saúde mental nas primeiras semanas", indica o documento.

Um estudo dos dados desse período indicam aumentos substanciais de ansiedade, depressão, insónia e stress na população. Esses sintomas mantiveram-se a um nível elevado, mesmo seis meses depois do confinamento ter acabado. Os sintomas de depressão até aumentaram durante o terceiro ano da pandemia, quando os confinamentos eram mínimos (na primavera de 2022). 

Os investigadores ainda estão a tentar perceber se a utilização do smartphone diminuiu desde o fim da pandemia, mas os dados indicam para já, que hipoteticamente, muitos dos hábitos adquiridos durante a COVID-19 persistiram, sobretudo as comunicações digitais e o entretenimento. Por outro lado, a maioria dos estudos indicam que as mulheres estão mais suscetíveis aos problemas ligados aos smartphones do que os homens. Nas mulheres, a maior parte de utilização do smartphone está relacionado com o aumento das interações nas redes sociais. E isso abre caminho a vulnerabilidades, tais como preocupações com a imagem do corpo, cyberbullying, comparação social, que podem ter impacto na saúde mental. 

Os  jovens, especialmente adolescentes e jovens adultos, também são afetados, uma vez que o uso dos smartphones amplifica os problemas e a exposição ao cyberbullying e as tais comparações sociais. Os sintomas registados são a ansiedade e sintomas depressivos nos adolescentes.

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