Os ataques cibernéticos aumentaram de forma "alarmante" durante os primeiros quatro meses do ano, em plena crise sanitária. O aviso surge por parte da Interpol, que explica que os ataques se dirigiram não só a pessoas que trabalham em casa, como também a empresas e governos. Destaque para os 48 mil URLs maliciosos identificados pela Interpol entre janeiro e abril.
De acordo com a organização internacional de polícia, os criminosos aproveitam as falhas de segurança das empresas e dos organismos que tiveram de adaptar os sistemas informáticos, roubando dados, dinheiro ou criando perturbações. "O crime informático está a desenvolver-se e os ataques estão a crescer a um ritmo alarmante, explorando o medo e a incerteza causada pelas falta de estabilidade social e a situação económica provocada pela pandemia de SARS CoV-2", refere em comunicado o secretário-geral da Interpol, Jurgen Stock.
Para além da instalação de vírus informáticos, entre janeiro e abril, a Interpol detetou 907.000 mensagens de correio "spam" e 737 incidentes relacionados com malware. O panorama atual do cibercrime evidencia mudanças nos padrões de fraude eletrónica, entre os quais roubo de imagens através de câmaras web, vírus informáticos contra infraestruturas básicas, instituições sanitárias ou bancos, entre outros.
A Interpol alerta que a elevada circulação de informação falsa que chega rapidamente ao público, com "teorias de conspiração" e informação sem qualquer tipo de verificação "contribuíram para a ansiedade das comunidades e, em alguns casos, facilitaram a execução de ataques informáticos". Também se constatam fraudes relacionadas com medicamentos, mensagens de texto com ofertas sobre alimentação gratuita ou descontos em vários produtos.
A Interpol avisa que esta tendência vai continuar, a curto prazo, e que provavelmente vai verificar-se um novo "pico" quando estiver disponível uma vacina contra a COVID-19. As táticas relacionadas com produtos médicos e intrusões com o intuito de roubo de dados.
A verdade é que em plena pandemia, muitas questões têm sido levantadas em relação à cibersegurança. A nível de perspetivas para longo prazo, o relatório de Centro Nacional de Cibersegurança, publicado em junho, mostra que a COVID-19 vai baralhar as tendências em Portugal em relação às ameaças à cibersegurança.
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