A Anacom publicou os resultados referentes aos serviços de acesso à Internet em Portugal no terceiro trimestre. Por falha na entrega da informação por parte de um dos operadores, o regulador cruzou os dados referentes ao segundo trimestre com os dos restantes players, visto que a "evolução do número de clientes" daquele operador não iria afectar os dados finais do relatório.

Desta forma, foi possível apurar que no final de Setembro deste ano, existiam em Portugal 49 entidades habilitadas para a prestação do serviço fixo de acesso à Internet, embora apenas 35 estivessem em actividade.

O regulador apurou ainda que, de entre os que se encontravam em actividade, 31 ofereciam também acessos em banda larga, sendo o ADSL utilizado por 20 entidades e o modem por cabo por 8. Existiam ainda outras 19 entidades que prestavam o serviço através de tecnologias como circuitos alugados, FWA, entre outros meios.

Segundo o relatório, existiam ainda três operadores do serviço telefónico móvel a prestar serviços de banda larga móveis com recurso ao UMTS.

No que se refere ao número de clientes, o regulador apurou que no final do trimestre passado existiam 2,13 milhões de assinantes de Internet em banda larga móvel e cerca 1,64 milhões de clientes com acessos fixos à Internet, dos quais cerca de 1,6 milhões em banda larga.

Segundo os números recolhidos, a banda larga móvel registou "um ritmo intenso de crescimento" ao longo dos meses analisados. Isto porque o número de clientes aumentou em 185 mil assinantes, o que perfaz uma taxa de crescimento próxima aos 10 pontos percentuais face ao trimestre anterior e de 77 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.

Os dados mostram que no final do trimestre a taxa de penetração do acesso à Internet em banda larga se situava nos 15,1 por cento para os acessos fixos e em 19,8 por cento nos móveis, o que representa um crescimento de 0,3 pontos percentuais no caso dos fixos e de 1,7 por cento nos móveis.

Quanto ao número de utilizadores de banda larga móvel activos, verificou-se um crescimento de 15 por cento no último trimestre, ascendendo a 1 milhão de pessoas, um valor 112 por cento superior ao verificado no terceiro trimestre de 2007. No que se refere à banda larga fixa, o número de activos atingiu cerca de 1,6 milhões, correspondendo a 98,4 por cento do total de clientes de banda larga fixa.

Diferenciando o tipo de acessos, a Anacom explica que no caso do serviço fixo de acesso à Internet, o número total de clientes - algo como 1,64 milhões - aumentou 1,2 por cento face ao trimestre anterior e diminuiu 1,2 por cento face ao trimestre homólogo do ano anterior.

Em relação aos acessos em dial-up, os números continuaram a decrescer, reflectindo a contínua migração dos acessos para as ligações em banda larga. Como tal, no período analisado, o número destes clientes atingiu cerca de 45 mil, menos cerca de 11 mil que no trimestre anterior, o que significa que no último ano, o número de acessos por dial-up decresceu 56,9 por cento.

Por parte dos utilizadores, a maioria dos acessos continua a ser feito através de tecnologia ADSL, que representou no trimestre 58,1 por cento do total. O modem por cabo é utilizado por 40,4 por cento dos clientes de banda larga fixa.

Quanto às participações dos operadores, o regulador refere que a quota de clientes do Grupo PT se situpu nos 40,7 por cento, 1 ponto percentual acima do trimestre anterior, algo que reflecte a "evolução do serviço Meo da PT Comunicações", explica a Anacom.

Segundo o relatório, no trimestre em análise, cerca de 89 por cento dos novos clientes de banda larga fixa aderiram aos serviços dos operadores do Grupo PT, em especial ao Meo.

Apesar dos números reportados, a penetração do serviço de acesso à Internet em banda larga fixa, face aos dados da OCDE, colocam Portugal abaixo da média da União Europeia. Isto porque, em Junho deste ano, a penetração da banda larga na UE15 era de 24,4 por 100 habitantes, enquanto que em Portugal este valor era de 14,8. Contudo, ressalva a Anacom, "estas comparações não reflectem o crescente e significativo peso da banda larga móvel em Portugal e, provavelmente, noutros países europeus".