A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), em articulação com o DIAP da Amadora, deu cumprimento a oito mandados de busca domiciliária e deteve 6 indivíduos pela prática dos crimes de acesso ilegítimo, burla informática, falsidade informática e branqueamento no âmbito da Operação Marbello.

De acordo com a PJ, os indivíduos, quatro mulheres e dois homens com idades compreendidas entre os 30 e 49 anos e todos de nacionalidade estrangeira, terão recorrido a esquemas como CEO Fraud e Phishing para aceder ilegitimamente ao correio eletrónico das vitimas, cidadãos ou empresas estrangeiras, assumindo a sua posição em negócios que estavam a realizar.

As transferências bancárias efetuadas no contexto dos esquemas fraudulentos eram feitas para contas bancárias de sociedades ou empresas sem qualquer atividade e criadas em Portugal para o efeito, de modo a branquear o dinheiro  proveniente do crime.

A PJ detalha que o prejuízo destes esquemas é já superior a 350 mil euros, e espera-se que, dado ao caráter transnacional e organizado da atividade criminosa, o valor venha a aumentar. "Os detidos, serão presentes à autoridade judiciária competente para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas", avança a PJ.

Recorde-se que, ainda no final de março, a PJ, através da UNC3T, deteve 25 suspeitos, cumprido 27 mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, nos concelhos de Lisboa, Cascais, Amadora, Almada, Setúbal, Loures, Espinho e Porto.

Os suspeitos, acusados de prática reiterada de crimes de burla informática, acesso ilegítimo, falsidade informática, falsificação de documentos, branqueamento e associação criminosa, terão levado a cabo esquemas de CEO Fraud.Os crimes foram cometidos durante a pandemia de COVID-19, através de comércio internacional.

Depois de acederem às caixas de email de empresas, os suspeitos criavam vários endereços de correio eletrónico fraudulentos, alterando dados de pagamento e induzindo as vitimas a efetuar transferências monetárias avultadas para contas bancárias que se destinavam ao branqueamento de capitais.

Os suspeitos criaram também websites paralelos, fazendo-se passar por empresas existentes e que se dedicavam à comercialização de produtos de proteção individual, como luvas de látex, fatos de proteção, máscaras cirúrgicas e álcool-gel.

Após receberem contactos de empresas interessadas, contactavam as mesmas por email ou telefone, fechando negócios com a condição da realização do pagamento antecipado. No total foram utilizadas cerca de 50 contas bancárias nacionais para o branqueamento de capitais, cujo prejuízo apurado era superior a 1,3 milhões de euros.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 11h36)