A Ukrtelecom, vista como a maior empresa estatal de telecomunicações na Ucrânia, foi vítima daquele que é descrito como o maior ciberataque de que há registo desde o início da invasão russa em fevereiro, comprometendo os seus serviços em todo o país.
De acordo com Yurii Shchyhol, presidente do Serviço Estatal de Comunicações Especiais de Proteção da Informação da Ucrânia citado pela Reuters, a responsabilidade pelo “poderoso ciberataque contra a estrutura da Ukrtelecom” recai sobre “o inimigo”.
O responsável detalha que “o ataque foi travado” e que a “Ukrtelecom tem a capacidade de começar a restaurar os seus serviços aos clientes”. Em linha com Yurii Shchyhol, Mikhail Shuranov, porta-voz da empresa de telecomunicações, afirma que os serviços estavam a ser gradualmente repostos.
Ainda esta segunda-feira, a NetBlocks já tinha dado conta de uma forte disrupção nos serviços da Ukrtelecom, descrevendo-a como uma das mais graves desde que a Ucrânia foi invadida pela Rússia.
Um incidente semelhante sucedeu este mês com a empresa de telecomunicações ucraniana Triolan. Como avança a Forbes, a empresa foi vítima de um ciberataque que fez um reset total a alguns dos seus sistemas internos.
O website indica que, na semana passada, a equipa de resposta a incidentes cibernéticos (CERT na sigla em inglês) da Ucrânia revelou que o país foi alvo de 60 ciberataques diferentes. Segundo a equipa, 11 deles afetaram autoridades governamentais e locais, 8 afetaram militares e polícia e 4 afetaram empresas de telecomunicações e tecnologia.
A maioria dos ciberataques registados pelo CERT na Ucrânia tinham como objetivo recolher informação, embora também se tenha verificado uma série de ataques com “wipers” (ou “apagadores de dados” numa tradução para português) focados em destruir informação dos sistemas de entidades ucranianas.
De acordo com o CERT, apesar do número crescente de ataques, a maioria não tem sucesso e, mesmo aqueles que o têm, acabam por quase não ter impacto no trabalho nas infraestruturas críticas.
No que toca ao acesso à Internet no país, recorde-se que, apesar da ajuda por parte da SpaceX de Elon Musk e de aliados europeus, a Rússia continua a apontar baterias às infraestruturas de comunicações da Ucrânia, mas os engenheiros e data centers correm contra o tempo para manter o país conectado com o mundo.
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