A directoria de Lisboa da Polícia Judiciária tem mil processos em investigação relativos a desvio de dinheiro através de esquemas de phishing que, só nos primeiros quatro meses do ano, terão somado 2,5 milhões de euros.

Este tipo de crime, que recorre a emails falsos, tem vindo a aumentar nos últimos três anos, a uma média de 25 por cento ao ano, impulsionado pela situação económica de muitas das vítima, referiu Rogério Bravo, o responsável da secção de Criminalidade Informática e Alta Tecnologia da PJ, em declarações ao Diário de Notícias.

"Infelizmente, há muita gente que continua a cair e que responde aos emails, por exemplo a propostas de emprego, algumas porque estão com dificuldades económicas e julgam ter encontrado uma forma de sair da situação, e outras por ganância e que são seduzidas por este tipo de negócio", diz Rogério Bravo.

Há ainda quem recorra a uma informação verdadeira, uma criança que está doente, por exemplo, para angariar apoios monetários e ficar com esse dinheiro.

Os mentores destes esquemas são redes organizadas que, na grande maioria dos casos, actuam a partir do estrangeiro, embora já tenham sido identificados alguns suspeitos que operam em Portugal, refere o responsável.

Rogério Bravo revela ainda ao DN que 20 por cento do total (200) dos processos de crime informático em investigação na PJ de Lisboa diz respeito à devassa da vida privada de pessoas, com alguém que, por maldade ou por vingança, põe a circular um boato.

Os restantes 10 por cento estão relacionados com pessoas que recorrem à Internet por divertimento, nomeadamente a espalhar o pânico.