Um estudo encomendado pela Comissão Europeia mostra que as receitas provenientes dos conteúdos criativos disponibilizados online deverão aumentar substancialmente nos próximos anos chegando aos 8,3 milhões de euros no final da década, na Europa. Este valor traduz-se num crescimento de 400 por cento em cinco anos e representa uma forte oportunidade para o continente.



Os jogos e a música serão os sectores que mais contribuirão para o crescimento do sector, já que juntos, perfazem 53 por cento do total de receitas esperadas.



De acordo com os valores apresentados, o crescimento é fortemente potenciado pela expansão da banda larga, pelas redes móveis avançadas e pela adopção generalizada de dispositivos digitais - os três factores que mais têm contribuído para a expansão do mercado.



Viviane Reding, comissária europeia para a Sociedade da Informação e Meios de Comunicação, assume que a convergência digital "está a converter-se numa realidade económica que cria grandes oportunidades para os consumidores, os fornecedores de conteúdos e as indústrias tecnológicas da Europa". A responsável defende que dadas as perspectivas poderá ser necessário reconsiderar "questões técnicas e jurídicas e seguir uma abordagem modernizada e orientada para o mercado interno a fim de dar um valor acrescentado aos conteúdos europeus".



Mesmo assim, a análise aponta algumas limitações para as quais será necessário criar respostas, de forma a permitir "uma rápida expansão do mercado europeu", nomeadamente no que se refere a desafios tecnológicos, económicos e jurídicos (onde se incluem os direitos de propriedade intelectual e a interoperabilidade entre sistemas).



Apesar do crescimento constante, a Europa está mais atrasada do que os Estados Unidos no domínio do desenvolvimento dos serviços fixos interactivos de banda larga, e do que o Japão e a Coreia no domínio dos serviços móveis.



O estudo europeu refere que será necessário ultrapassar 36 obstáculos para o desenvolvimento de conteúdos online e avaliar o seu impacto no mercado até 2010. As ligações à rede e a pirataria são destacadas em comunicado pela Comissão Europeia. No documento são referidas as diferenças entre os estados-membros no que diz respeito à conectividade, a falta de clareza nos preços e estruturas tarifárias para a comunicação de dados nas redes 3G e o desvio de receitas potenciais devido à distribuição de conteúdos pirateados.



A implementação de técnicas de controlo, e a aceitação das mesmas por parte dos utilizadores, aliada à falta de competências especializadas nas empresas de meios de comunicação ou o custo da digitalização dos conteúdos têm igualmente uma influência significativa no mercado, diz a comissão.



Contudo, se o amadurecimento do mercado permitirá ultrapassar algumas destas barreiras, outras terão de exigir medidas estratégicas e adaptações à legislação comunitária, com vista a garantir segurança jurídica aos consumidores, aos fornecedores de conteúdos e à indústria de hardware.

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