Foi hoje revelado o relatório que mede o pulso ao desempenho digital da Europa e que mostra uma evolução global positiva, mas sem grandes mudanças face a 2018. O DESI (sigla do Digital Economy and Society Index) mede as áreas da conetividade, capital humano, uso da internet, integração de tecnologias digitais e disponibilização de serviços públicos online e é claro que há um reforço do desempenho nos Estados-membros, onde o investimento e as políticas públicas orientadas à sociedade de informação foram mais intensas, mas os responsáveis europeus sublinham que é preciso aumentar a velocidade para manter a competitividade da Europa nesta área.
"O Índice de Sociedade e Economia Digital deste ano demonstra que a velocidade da transformação digital deve acelerar para a UE permanecer competitiva a nível mundial. Para ter sucesso, temos de continuar a trabalhar em conjunto para uma economia digital inclusiva e assegurar um acesso sem restrições às competências digitais para todos os cidadãos da UE, a fim de verdadeiramente prosperar e construir uma Europa mais digital", sublinhou a comissária europeia para a Economia e Sociedade Digital, Mariya Gabriel.
O relatório é publicado desde 2014 e nos últimos quatro anos há algumas áreas que evoluiram com maior rapidez, mas mesmo assim não ao ritmo considerado necessário. Em 2019 houve uma revisão da metodologia, o que afetou o ranking e levou a um ajustamento das posições dos países nos cinco eixos e na avaliação global.
Segundo a UE, todos os países melhoraram globalmente, com a Finlândia, Suécia, Holanda e Dinamarca no topo da lista na digitalização da economia, colocando-se entre os países mais avançados do mundo. O Reino Unido, Luxemburgo, Irlanda, Estónia, Béçlgica, Irlanda, Lituânia, Letónia, Chipre e Espanha estão entre os que revelaram mais progressos nos últimos cinco anos, aumentado mais de 15 pontos.
Portugal em 19º lugar mas com melhor pontuação
No relatório de 2019 Portugal é colocado na 19ª posição, igual à que teria ocupado no ano passado se o mesmo cálculo tivesse sido aplicado, isto apesar de ter melhorado a pontuação global e subido em quatro das cinco dimensões avaliadas no relatório. Só que a revisão da metodologia faz com que o país tenha caído várias posições face ao ranking que tinha sido divulgado em 2018, quando estava na 16ª posição.
Já em 2018 Portugal havia descido um degrau entre os Estados-membros, depois de ter ficado em 15º em 2017, e agora está cada vez mais perto da cauda da Europa numa lista de 28 países.
Segundo os dados, este ano a melhoria mais significativa corresponde à dimensão dos Serviços públicos digitais, impulsionada por um aumento considerável da percentagem de utilizadores de serviços da administração pública online.
Também há progressos na dimensão da Conectividade, graças a uma melhoria das taxas de utilização dos serviços de banda larga ultrarrápida fixa e móvel, mas Portugal tem vindo a perder posição nesta área à medida que outros países investem em redes mais robustas.
Os pontos fracos continuam porém a ser o Capital humano e de Utilização dos serviços Internet, explicados em parte pelo elevado número de pessoas que não usam a internet regularmente.
A utilização de tecnologias digitais destaca-se pela positiva, com Portugal a subir para o 11º lugar da lista dos 28 países da UE nesta componente, com uma pontuação global superior a média. O relatório identifica progressos no que diz respeito à utilização de serviços de computação em nuvem por parte das empresas e a proporção de grandes empresas e de PME que vendem em linha é agora mais elevada do que no conjunto da UE.
Ainda assim o documento indica que, regra geral, as PME portuguesas estão muito menos envolvidas na digitalização do que as suas congéneres de maior dimensão e, embora a cobertura dos dados relativos às microempresas (ou seja, as que têm menos de 10 trabalhadores) seja insuficiente, os dados disponíveis sugerem que estão significativamente atrasadas neste domínio.
43% dos europeus sem competências digitais básicas
Uma das dimensões mais preocupantes do DESI é a verificação de que o nível de competências digitais não aumentou como seria desejado na Europa.
As redes de banda larga estão disponíveis para 97% dos europeus e 83% das casas estão cobertas com ligações de pelo menos 30 Mbps, e 94% da população tem acesso a redes 4G, mas isso não significa que estas infraestruturas sejam usadas em todo o seu potencial.
Há cada vez mais pessoas a usar a internet com regularidade - 83% dos europeus acedem à internet pelo menos uma vez por semana - sobretudo para ouvir música, ver vídeos e jogar online. 72% dos utilizadores leem notícias e 49% fazem chamadas de vídeo ou se audio, 69% compram online e 64% usam serviços de homebanking.
Mas faltam sobretudo competências básicas. O relatório indica que 43% dos europeus não possuem os níveis de competências digitais básicas, com a Finlândia, Suécia e Luxemburgo a apresentarem-se como os países com a população mais preparada.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada para referir a mudança de metodologia na avaliação dos dados dos países que fez com que Portugal caisse 3 posições face a 2018.
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