O criador do Tugaleaks, um site que nasceu no final de 2010 como uma réplica do WikiLeaks, foi constituído arguido num processo. Rui Cruz diz ter sido ter questionado, em casa, no passado dia 8 de março, por quatro inspetores da Polícia Judiciária, durante "quatro longas horas".



De notar que a visita da Judiciária ocorreu pouco mais de 48 horas após vir a público que o FBI contou com a colaboração de um dos membros do LulzSec - nada mais nada menos do que aquele que era apresentado como o líder, conhecido como Sabu - para acusar e deter vários elementos do movimento hacktivista.



O momento é descrito pelo próprio, em tom irónico, num post datado de ontem, ao final do dia, com o título "Eu, arguido", em que refere ter sido questionado "sem nunca conhecer os motivos que se escondiam por detrás de tão agradável e matutina visita".



Durante o tempo em que foi questionado, Rui Cruz queixa-se de não ter tido a possibilidade de procurar conselho junto de um advogado ou de contactar a família. "Ali fiquei, com o auspício da minha consciência, roído pelo stress e com fracos conselhos de e para mim próprio".



O "arguido", informático de profissão, alega que todas as suas atividades online são lícitas, não encontrando motivo que justifique "o 'crime' de que sou acusado e me foi meio-contado".



O Tugaleaks nasceu em dezembro de 2010 como uma réplica do WikiLeaks e hoje é essencialmente um espaço online que acompanha e divulga os "movimentos ativistas e hacktivistas", pode ler-se a partir da homepage.



Refira-se que site divulgou vários ataques informáticos registados em Portugal no final do ano passado, tendo publicado inclusive uma entrevista anónima aos elementos do grupo LulzSec Portugal.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé