O Departamento de Defesa dos Estados Unidos estabeleceu contratos de um valor total superior a 20 milhões de dólares com empresas de investigação tecnológica com vista ao desenvolvimento de um sistema que poderá recolher, numa base de dados centralizada, registos telefónicos, médicos e de viagem de milhões de pessoas
no sentido de identificar terroristas antes destes atacarem, informou a Associated Press.
Segundo Pete Aldridge, director tecnológico do Pentágono, o departamento
pretende relacionar entre si dados privados como registos de cartões de
crédito, transacções bancárias, recibos de aluguer de carros e aquisições de armas, com a informação secreta já recolhida pelo governo federal. Aldridge divulgou alguns pontos do programa numa conferência de imprensa realizada em Novembro.
Até agora, os investigadores estão ainda a trabalhar com dados falsos, como números de telefone e facturas inventadas, para este programa denominado Total Information Awareness (TIA). O projecto foi criticado no Congresso dos EUA por motivos
de violação da privacidade. Alguns legisladores estão a tentar aprovar uma
amenda a uma lei que irá proibir o sistema de recolher informação de cidadãos americanos sem o Parlamento aprovar a decisão. John Poindexter, antigo almirante da marinha norte-americana e conselheiro de segurança nacional do presidente Ronald Reagan foi o escolhido para dirigir a TIA.
Empresas contratadas pelo Departamento de Defesa - como a Cycorp, do Texas, a Raytheon e a
Telcordia, uma companhia de telecomunicações especializada em Investigação e Desenvolvimento - estão a construir um sistema para identificar padrões de chamadas telefónicas de forma a detectar indivíduos que ligam para potenciais terroristas em países estrangeiros suspeitos.
Desde o início, o projecto TIA tem gerado controvérsia, colocando em oposição os defensores da segurança nacional e os críticos do controle do Estado sobre a privacidade individual. Depois das críticas iniciais do Senado, o Departamento de Defesa nomeou um painel de controlo da TIA. Um dos objectivos deste programa consiste em recorrer a informação relevante recolhida pelo governo e por privados para detectar padrões e convergências.
Assim uma lista elaborada pelo governo de pessoas tratadas devido à exposição ao Anthrax poderia ajudar a descobrir indivíduos que estão a planear um ataque biológico. Por outro lado, poderia-se encontrar pessoas que também telefonam para países suspeitos.
O Pentágono começou a anunciar os primeiros concursos públicos para o TIA no passado mês de Março. A Defense Advanced Research Project Agency (DARPA) é a entidade responsável pela investigação. O orçamento do projecto para o actual e os anteriores cinco anos fiscais é de 30 milhões de dólares. Até agora, foram entregues 26 propostas, tendo sido atribuídos contratos a quatro empresas.
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