A falta de interesse e a ausência de computador são as suas principais barreiras a uma evolução mais rápida da taxa de penetração de Internet em Portugal. Quase metade dos portugueses sem Internet (47,1 por cento) considera o serviço supérfluo. Um terço justifica a não adopção da tecnologia com a ausência de computador. Os resultados constam de um estudo encomendado pela Anacom e realizado pela Metris GFK, através de um inquérito elaborado em Dezembro.



O documento demonstra que apenas 9,7 por cento dos portugueses identificam o preço como principal barreira para a adesão ao serviço. Outras razões como a disponibilidade de acesso no emprego, ou a falta de cobertura geográfica (no que se refere à banda larga) são também apontadas como justificações.



Ainda assim, e avaliando o número de utilizadores que mostram intenções de aderir a um serviço de acesso à Internet ao longo deste ano, é possível estimar que no fim de 2007 metade da população portuguesa terá acesso à Internet.



Em Dezembro do ano passado 40 por cento da população tinha acesso à Internet, mais 4,7 por cento que no início de 2006. Se a este número forem somados os 9,7 por cento inquiridos que demonstram intenção de aderir à tecnologia é possível estimar um potencial aumento de quase 10 pontos percentuais na penetração da tecnologia, diz a Anacom.



Interessa no entanto sublinhar que o estudo também demonstra um aumento do número de consumidores que consideram a Internet supérflua e que justificam dessa forma a sua opção por não utilizar a tecnologia. Em Janeiro de 2006 esta resposta foi dada por 38,3 por cento dos inquiridos, quando no fim do ano a resposta foi avançada por 47,1 por cento dos inquiridos.



Migração da banda estreita impulsiona crescimento da banda larga
Na banda larga, os números de Dezembro de 2006 revelam que 33,8 por cento dos lares dispunham deste tipo de acesso à Internet, em boa medida graças à migração da banda estreita, num aumento de 7,8 por cento face a Janeiro do mesmo ano.



O ADSL é a tecnologia mais popular com uma penetração de 60,5 por cento, mas é notório o sucesso das ofertas de banda larga móvel, através das redes de terceira geração. Este tipo de acesso captava em Dezembro 3,1 por cento do mercado.



As tarefas mais realizadas no computador continuam a ser a pesquisa de informação (96,4 por cento) ou de assuntos relacionados com Investigação ou estudo (89,7 por cento, o acesso a notícias (80 por cento), mas também o download de jogos ou filmes.



Face a Janeiro de 2006, aumentou também o número de consumidores que usam a Internet para aceder à sua conta bancária, realizar pagamentos, entregar declarações de impostos ou falar ao telefone. O Skype (com 69,8 por cento) é o serviço mais utilizado pelos consumidores que usam esta funcionalidade (15 por cento), seguido pelos portugueses Netcall e IOL Talki.



No que diz respeito aos prestadores de serviços, o grupo PT é o ISP de 66,9 por cento dos inquiridos, enquanto a Cabovisão se assume como a segunda empresa com mais clientes, 13,9 por cento dos inquiridos.

A percepção dos consumidores relativamente aos seus serviços de Internet é positiva, seja no que se refere à fiabilidade do serviço ou na velocidade, o que terá contribuído para uma redução do número de clientes com intenções de mudar de operador. Dos 71,1 por cento apurados em Janeiro de 2006, em Dezembro passaram a não ter intenções de mudar 81 por cento dos clientes.



Em termos de velocidade de acesso, destaque para o Clix, a Netcabo e a Cabovisão, com uma taxa de satisfação dos clientes superior a 90 por cento. No que se refere à fiabilidade mais de 95 por cento dos clientes da Cabovisão e do Clix avaliam positivamente este aspecto.



Responderam a este inquérito 8.676 pessoas com mais de 15 anos, entre os dias 1 de Novembro e 21 de Dezembro.



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