
A Dropbox anunciou na passada terça-feira um dos projetos mais ambiciosos que quer levar a cabo nos próximos tempos: oferecer armazenamento ilimitado aos seus clientes.
A empresa quer adicionar esta funcionalidade à versão de desktop do software e integrá-la nos computadores dos utilizadores. Na prática, a Dropbox quer fazer com que todos os ficheiros armazenados na sua cloud passem a estar disponíveis diretamente nos ficheiros do seu computador (independentemente da sua memória interna), o que eliminaria a necessidade de aceder a um programa ou site específico para explorar os conteúdos guardados naquele serviço.
Apesar de parecer extremamente prático, críticos e especialistas apressaram-se a dar conta das fragilidades que um sistema como este poderá criar num computador, tendo em conta que iria requerer um acesso privilegiado a uma zona sensível do sistema.
Apesar de atualmente a Dropbox funcionar como qualquer outro programa instalado no computador, o armazenamento infinito iria obrigar a empresa a instalar-se numa zona nuclear do sistema operativo “desempenhando um papel ativo no sistema de arquivos” de cada um dos seus utilizadores.
Como Damien DeVille, engenheiro da Dropbox, sublinhou numa publicação no seu blog, o núcleo do sistema operativo onde o serviço se quer instalar, é uma das zonas vitais ao funcionamento de um computador. “É a primeira parte a ser chamada à ação assim que o computador liga; gere os inputs e outputs de diferentes partes do software e controla outros periféricos ligados ao computador, como impressoras”.
Na prática, assim que instalado nesta zona do sistema, o software pode ter “acesso a tudo”, nota Sam Bowne, professor de Hacking Ético no City College de São Francisco, em conversa com o Motherboard.
“Se existir uma falha na Dropbox, pode ser usada para tomar o controlo do teu sistema” disse Bowne.
Neste caso, uma falha de segurança poderia ser fatal para milhares de utilizadores. Pior do que o roubo de credenciais, a que falhas de segurança como as do Linked In deram origem, aqui, poderia significar a inutilização de inúmeros computadores.
Em resposta às críticas, a Dropbox escreveu no seu blog: “É importante que percebam que muitas peças de software diário carregam componentes no núcleo, desde as mais simples drives que fazem funcionar o rato aos muito complexos programas de antivírus. Nós abordamos o núcleo com extrema precaução e respeito”.
“Compreendemos as preocupações em torno deste tipo de implementação e a nossa solução leva em consideração a segurança e estabilidade da experiência dos nossos utilizadores enquanto providencia aquilo que acreditamos ser uma funcionalidade bastante útil”, termina a publicação.
O Project Infinity ainda não saiu do papel e embora a ideia de ter armazenamento infinito seja aliciante, as contrapartidas necessárias para a concretizar parecem não estar a ser bem-recebidas.
E o leitor? Com que olhos veria a instalação de uma cloud no núcleo do seu computador?
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