O volume de mensagens não solicitadas (ou spam) na Internet atingiu o seu ponto mais crítico de sempre, exigindo medidas rápidas e eficazes no seu combate. Foram estas as principais conclusões de um fórum internacional recentemente realizado nos EUA destinado a discutir o problema do número crescente de emails indesejados, normalmente contendo publicidade, nas caixas de correio electrónico.

Na opinião de Eileen Harrington, directora de marketing da Federal Trade Comission (FTC), "as coisas são piores do que aquilo que imaginávamos. (...) Há um consenso quanto ao facto de o problema ter chegado a um ponto insustentável. Se não forem implementadas, pelas entidades competentes [ISPs, técnicos e legisladores], medidas que se traduzam em melhorias imediatas, o email corre o risco de vir a cair por terra."

Registe-se que em Março deste ano foram divulgados números da Brightmail, empresa norte-americana dedicada ao combate deste tipo de mensagens, que davam conta que cerca de 45 de todos os e-mails recebidos eram spam, um número bastante superior aos 16 por cento verificados em Janeiro de 2002.

Assim sendo, não é de estranhar que os intervenientes neste fórum concluíssem, na sua maioria, que o Governo Federal Norte-Americano deveria tomar medidas mais duras no combate a este problema, considerando ainda que este devia adoptar leis válidas para os diferentes estados norte-americanos e não o contrário, como tem sucedido.

Outros participantes defenderam porém que a adopção de medidas legislativas por parte do Estado pode não ser o suficiente para inverter esta situação. Foi o caso de Orson Swindle, comissário da FTC, que afirmou que: "Nenhuma lei, tecnologia, iniciativa ou conferência por si só pode resolver este problema", defendendo antes acções globais e concertadas.

Esta conferência abordou ainda outras questões, como a possibilidade do spam migrar para os telemóvel e o efeito do mesmo fora dos seus países de origem. Nesse âmbito, Motohiro Tsuchiya, um professor de comunicação japonês, avançou que 80 por cento das spam recebidas no Japão vêm de fora do país e são de língua inglesa.

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