O Parlamento Europeu vai analisar uma proposta de alteração à lei europeia sobre a proteção de dados que pode prejudicar grandes empresas de Internet como a Google e o Facebook. O organismo europeu quer que os internautas tenham uma maior consciência e controlo sobre os "rastos" de utilização que deixam na Internet.

A proposta é de um eurodeputado alemão que elaborou um relatório onde justifica a decisão de haver regras mais claras na utilização dos serviços. Na perspetiva do político é preciso limitar a forma como as empresas usam e vendem os dados dos utilizadores, sobretudo quando os internautas desconhecem que as informações de navegação estão a ser vendidas a publicitários.

A Google e o Facebook são dois exemplos de empresas que usam os dados dos internautas, como pesquisas online e conteúdos multimédia vistos, para venderem espaços publicitários baseados na informação recolhida.

As tecnológicas podem ter que aumentar os controlos de segurança e limitar a recolha de dados caso as alterações avancem. A colocação de permissões mais "expressivas" dentro dos serviços também pode ser uma das formas de contornar o atual sistema de processamento de dados.

"Os utilizadores têm que estar informados sobre o que acontece com os seus dados. E devem ser capazes de concordar conscientemente com o processamento de dados, ou rejeita-lo", explicou à Reuters o eurodeputado alemão, Jan Philipp Albrecht.

Uma responsável europeia do Facebook já reagiu ao mostrar preocupação com a possibilidade de a proposta condicionar o mercado digital na Europa e a inovação.

Mas na proposta de Jan Philipp, uma empresa poderia continuar a fazer uso dos dados do utilizador desde que fosse para promoção e interesse próprio, o que de certa forma limitaria a disseminação dos dados dos utilizadores. Caso houvesse abuso no tratamento de dados privados as empresas poderiam ser multadas entre 0,5% e 2% do volume de negócios gerado durante o ano.

Nota de redação: foi feita uma alteração no terceiro parágrafo para tornar mais claro o conceito de negócio usado pelas empresas com a recolha de informação


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico