Continuam a ser publicadas informações relativas ao caso Facebook, derivados da análise aos documentos partilhados por Frances Haugen, a ex-funcionária da empresa, depois de vir a público acusar a empresa pela falta de prioridades na proteção dos seus utilizadores do discurso de ódio e desinformação. A whistleblower esteve recentemente no Web Summit, tendo reforçado que encontrou coisas no Facebook que colocam a vida das pessoas em risco.
De acordo com documentos que o The Wall Street Journal teve acesso, uma investigação interna do Facebook concluiu que 12,5% dos utilizadores da rede social, ou seja, cerca de 360 milhões dos 2,9 mil milhões de utilizadores, manifestaram problemas devido ao uso compulsivo da aplicação. O estudo aponta que um em cada oito utilizadores reportaram que o uso da aplicação lhes afeta o sono, o trabalho, as relações e até os deveres parentais. A investigação diz que estes padrões de vício se manifestam mais nas aplicações sociais do Meta, do que em outras grandes plataformas.
O jornal diz que a investigação interna sobre o impacto nocivo da rede social no dia-a-dia dos seus utilizadores foi lançada há vários anos por uma equipa focada em mitigar os comportamentos danosos. A equipa sugeriu diversas correções, tendo sido implementadas algumas. Mas a equipa acabou por ser encerrada em 2019. Já os resultados foram revelados numa apresentação interna em março de 2020, por membros da equipa inicial, de forma a encorajar outros a continuar o seu trabalho.
Veja na galeria alguns documentos relativos ao estudo interno do Facebook:
Entre as descobertas do estudo, alguns utilizadores manifestaram perder o controlo do tempo que passam no Facebook e as respetivas consequências na sua vida. A perda de produtividade por estarem sempre a verificar o Facebook, perderem o sono por ficarem até tarde a navegar na rede social, assim como a degradação das relações pessoais, substituídas pelo tempo online, estão entre os assuntos registados nos documentos.
Uma representante do Meta já respondeu ao jornal, afirmando que a empresa tem trabalhado nos últimos meses para começar a formular novos esforços para corrigir as “utilizações problemáticas”, além de outras preocupações de bem-estar, como a imagem do corpo ou saúde mental. No entanto, refere que este tipo de problemas não se passa apenas no Facebook, mas em outras tecnologias, incluindo a televisão e smartphones. “Temos um papel a cumprir, por isso construímos ferramentas e controlos para ajudar as pessoas a gerir quando e como utilizam os nossos serviços”, refere a empresa em declarações partilhadas pelo TWSJ.
Na investigação, é escrito que o seu comportamento não é considerado um vício clínico porque este não afeta o cérebro das pessoas, da mesma forma que outros vícios, como as apostas ou as substâncias. Mas num dos documentos, foi referido que atividades como compras, sexo e uso do Facebook, quando feitos de forma repetitiva e excessiva, pode causar problemas para algumas pessoas. Os investigadores registaram o uso problemático da sua aplicação, ao nível do que se passa em outros serviços, incluindo o YouTube, o Reddit e o videojogo World of Warcraft.
Por outro lado, parte da investigação é inconclusiva no que diz respeito a determinar, por exemplo, se o Facebook causa problemas de dormir aos seus utilizadores, ou se as pessoas que estão com insónias devido a stress variado, utilizam a rede social como meio de distração. Levando a equipa a incentivar outros colegas que continuassem a aprofundar a investigação.
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