O FBI empreendeu uma campanha contra redes de troca ilegal de ficheiros na Internet. A operação culminou recentemente com a apreensão de equipamento informático, entre software e computadores, mas sem qualquer acusação ou detenção até ao momento, embora a hipótese prevaleça enquanto se analisa o material confiscado, informou ontem o Departamento de Justiça norte-americano.
Esta foi a primeira vez que os agentes do FBI empreenderam uma acção criminal contra uma das muitas plataformas P2P existentes na Internet, redes que permitem aos seus utilizadores aceder directamente aos ficheiros de música, jogos ou filmes armazenados em computadores de terceiros que partilhem o serviço.
Os agentes federais realizaram buscas em cinco vivendas dos estados do Texas, Nova Iorque e Wisconsin, confiscando material informático e conteúdos presumivelmente ilegais que estavam a ser trocados. Embora até agora não tenham existido detenções, um porta-voz do FBI, em conferência de imprensa, deixou um aviso claro, salientando que todos aqueles que copiam ilegalmente filmes e música podem vir a ser presos. "A mensagem é esta: os serviços de utilizador para utilizador não têm autorização para roubar", afirmou durante o encontro com os jornalistas.
No decorrer da "Operation Digital Gridlock", os agentes do FBI fizeram passar-se por membros da "Underground Network", nome da rede desmantelada, que contava com cerca de 7.000 utilizadores, agora acusados de violarem repetidamente as leis norte-americanas de direitos de autor, trocando filmes, ficheiros de música, software e jogos de computador.
Entre o material conseguido gratuitamente pelos agentes infiltrados estão filmes estreados há pouco tempo no grande ecrã, como "Kill Bill 2", o terceiro capítulo do "Senhor dos Anéis" e "O Último Samurai", e músicas de um catálogo alargado de artistas, desde Bruce Springsteen a Barry White.
No mesmo dia em o FBI dava a conhecer os resultados desta primeira operação criminal contra uma rede P2P, a Recording Industry Association of America (RIAA) voltava a anunciar uma nova ronda de denúncias em tribunal contra 744 utilizadores deste tipo de plataformas. Com a última "ronda", o número de acções movidas pela RIAA contra utilizadores individuais acusados de troca ilegal de ficheiros de música passa a ascender a mais de 4.000.
A provar que a cópia e troca ilegal de conteúdos não tem fronteiras, os meios de comunicação noticiavam ontem a detenção, por parte da polícia polaca, de um grupo organizado de hackers que se dedicavam à cópia e comercialização de filmes e música pirateada, que depois vendiam em CDs e DVDs, através da Internet. O grupo é igualmente acusado de violar grandes sistemas informáticos para armazenar os jogos, filmes e músicas copiados.
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