As empresas de conteúdos media devem abandonar a aposta na disponibilização de jogos básicos destinados a um único jogador a partir do seu site na Internet, investindo por sua vez na promoção de jogos multijogador e para vários suportes se quiserem aumentar a fidelidade entre os seus utilizadores, concluiu a Forrester Research perante os resultados de um novo estudo denominado "Media: Use games for loyalty", onde analisa a estratégia para a área dos jogos das empresas europeias que actuam neste sector.



É um facto que as empresas europeias de conteúdos media têm vindo a apostar na disponibilização de jogos a partir dos seus sites com o objectivo de agradar aos seus utilizadores. Para examinar as estratégias nesta área, a quase totalidade dos inquiridos (97 por cento) mantém a maioria da sua oferta de jogos online num nível básico, apresentando soluções destinadas a apenas um jogador. Alguns pretendem evoluir nessa área de entretenimento, uma vez que 36 por cento diz apresentar actualmente alternativas no modo multiplayer, enquanto 41 por cento pretendem adicioná-las ao seu site.



Para disponibilizar esses mesmos jogos, 69 por cento associam-se a terceiros, na maioria fabricantes de jogos. Entre outros parceiros de desenvolvimento e promoção estão também os retalhistas, as emissoras de televisão e os fornecedores de acesso à Internet.



Para a maioria dos inquiridos, a fidelização e aquisição de clientes são os objectivos para a disponibilização de jogos a partir do site, tendo apenas 25 por cento afirmado ter visto subir as suas vendas directas.



Para 74 por cento das empresas envolvidas neste estudo, as receitas provenientes da disponibilização deste tipo de jogos não cobrem os seus custos. Um facto que resulta numa ambivalência acerca da importância dos jogos no futuro, quando 31 por cento acha que os jogos tenderão a ser mais importantes, outros 31 por cento afirmam que serão menos importantes e 38 por cento indica que talvez o venham a ser.



O maior problema, salientado por 49 por cento das empresas, é que os consumidores não pagam pelos jogos. Trinta por cento dos inquiridos estão preocupados com os elevados custos de desenvolvimento associados. "Se quiséssemos cobrar pelos jogos numa base de pay-per-use iríamos necessitar de conteúdos premium, que requerem investimentos que não podemos suportar", pode ler-se no estudo da Forrester que cita uma empresa portuguesa de conteúdos media. "Mas por outro lado, se nos ficarmos pelos jogos de menor qualidade, que atraem menos pessoas, também não conseguimos aumentar as nossas receitas".



Segundo a Forrester, os jogos online podem aumentar a fidelidade dos utilizadores e logo as receitas indirectas de rendimentos de marketing maiores, mas não irá aumentar as receitas directas de venda de jogos e subscrições. Para maximizar as receitas indirectas, a Forrester diz ser necessário que as empresas de conteúdos media ofereçam jogos para comunidades e que envolvam múltiplos dispositivos.



O estudo baseou-se na entrevista a 39 empresas europeias com presença significativa na Web e que tinham em comum o facto de disponibilizarem algum tipo de jogo online.


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