De acordo com o estudo, coordenado pela Magma Studio em parceria com a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Data Science Portuguese Association (DSPA), nas empresas, os profissionais com maior utilização de IA trabalham em Áreas/Departamentos de Tecnologia e Inovação (29,5%); Apoio e Suporte (27,8%) e Marketing & Comunicação (24,8%).

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Os dados indicam que 64,6% dos inquiridos não fizeram formações relacionadas com IA nos últimos 12 meses. Dos inquiridos que fizeram formações, a maioria participou em sessões de “Introdução à IA”, com os restantes a participarem em formações com durações inferiores a 3 horas.

Entre as ferramentas de IA mais usadas destaca-se o ChatGPT da OpenAI (87,5%), seguido do Copilot da Microsoft (37,6%). Para os profissionais inquiridos, as principais finalidades do uso da tecnologia são a criação de conteúdo (50,4%); investigação/estudo (43,5%); e ideação e brainstorming (42,6%).

Segundo o estudo, 39,9% dos profissionais afirmam que as suas empresas permitem o uso de IA com diretrizes específicas. Já 36,9% indicam que as suas organizações permitem usar a tecnologia sem restrições. Por outro lado, 28,8% dos profissionais não sabem em que áreas da sua organização a IA já está a ser usada.

Apenas 5,3% dos inquiridos afirmam ter preocupações significativas em relação à possibilidade de ser substituído por IA no seu trabalho.

A par de profissionais, o estudo também inquiriu estudantes, com 39,7% do total de inquiridos a ser composto por alunos universitários. Neste caso, as principais finalidades da utilização de IA são investigação/estudo (64%); automatização de tarefas (42,8%) e ideação e brainstorming (40,7%).

A investigação inclui ainda um conjunto de recomendações para empresas, profissionais, universidades e decisores políticos, com vista a acelerar a capacitação nacional e posicionar Portugal na linha da frente da transformação tecnológica.

A formação afirma-se como uma área prioritária. Como defende o estudo, sem formação prática avançada, Portugal arrisca-se a criar "utilizadores superficiais" e não "profissionais de valor acrescentado".

Nesse sentido, a recomendações incluem a criação de programas nacionais de upskilling com foco em casos de uso reais por função, bem como incentivar as empresas a oferecer percursos de formação internos para os seus colaboradores, com certificações modulares e progressão por níveis.

Além do incentivo à formação contínua, o estudo sugere o lançamento de um sistema de níveis de fluência em IA, inspirado no modelo europeu de línguas (A1–C2), adaptado à realidade empresarial e educativa da IA generativa.

Transformar o uso individual em adoção organizacional é outra das áreas-chave apontadas pela investigação, com recomendações, por exemplo, para implementar um sistema de AI Governance básico em todas as empresas com mais de 50 colaboradores e de AI Tasks Forces internas.

Reduzir as assimetrias de conhecimento dentro das empresas e aumentar a maturidade dos casos de uso são também vistas como medidas essenciais. A elas junta-se a preparação de políticas públicas e empresariais para a normalização da IA.

Aqui, o estudo defende que Portugal deve adotar uma estratégia clara e alinhada com os países mais avançados em IA. Para tal, são propostos seis pilares de ação, a começar pela criação de um Plano Nacional de Requalificação em IA, acompanhado por um Cartão Nacional de Competências em IA, com créditos de formação anuais para qualquer trabalhador atualizar competências em IA generativa, automação e dados.

Segue-se a criação de um Plano Nacional de Ética e de Segurança ao nível do Ensino Superior para garantir que os estudantes chegam ao mercado de trabalho com as competências fundacionais desenvolvidas e que sejam agentes de transformação nas empresas.

Em destaque está também a criação de uma Estratégia de IA Responsável para Empresas, assim como de incentivos para “IA complementar ao trabalho humano” e de indicadores nacionais de maturidade de IA.

O estudo recomenda ainda a criação de um programa público de “IA para PME”, descrito como um plano de capacitação para pequenas e médias empresas com foco na adopção de soluções “alimentadas” por esta tecnologia nas equipas de trabalho, nas Operações de Gestão, Produção e Comercialização.

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