O Porto recebeu este ano a 3ª edição do festival Future Places, uma iniciativa conjunta da Universidade do Porto e da Universidade do Texas em Austin, EUA, que procura mostrar como os novos media digitais podem fomentar uma maior participação das populações no desenvolvimento cultural e social dos das localidades. O curador do festival não descarta a expansão da iniciativa a outras cidades nacionais.

É "mais que possível e mais que provável" que as actividades se estendam a outros locais, disse ao TeK Heitor Alvelos, curador do festival - organizado no âmbito do CoLab, um programa de parceria entre as duas universidades, apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

O responsável realçou, no entanto, que "para já é capaz de ser cedo", sendo primeiro "necessário consolidar" a experiência, que começou em 2008 e tem contado com algumas adaptações.

De acordo com o Heitor Alvelos, a edição deste ano beneficiou da concentração num só espaço, propondo várias actividades em simultâneo, o que na sua opinião fomenta uma maior participação dos visitantes - embora ainda não tenham sido divulgados números de participantes.

"Estamos muito satisfeitos" com as iniciativas que, "de uma maneira geral, se aproximaram mais do trabalho que procuramos desenvolver", afirmou o responsável, reiterando que o principal objectivo é a "potenciação da cultura local através dos media digitais".

A edição deste ano terá também apostado mais na "proactividade" dos visitantes. No cardápio contavam-se propostas que passavam, por exemplo, pela integração da rádio do evento - a Rádio Futura - no espaço do festival, podendo os visitantes participar na emissão, e jam sessions onde estes eram não só convidados a participar através dos interfaces digitais disponíveis no local mas também levando os seus próprios equipamentos.

A respeito dos objectivos do festival, o curador admite que "o contexto português é um contexto onde a participação do cidadão comum no tecido social não é comum". Trata-se de uma sociedade muito hierarquizada onde o cidadão pensa que o que se passa no quotidiano não depende de decisões, explicou, defendendo que os media digitais podem ajudar a população a "ter uma voz activa na criação e regeneração social e cultural".

O programa do Future Places contou com workshops, exposições, laboratórios, concertos, conversas, conferências e performances, cujo trabalho pode ser revisto no blog do evento.