A Google cedeu à solicitação dos editores franceses e vai retirar da sua biblioteca online uma centena de obras que incluíra sem autorização. Enquanto anunciava a decisão, um dos seus outros serviços mais polémicos, o Street View, enfrentava novas acusações na Alemanha.

O Governo daquele país considera que os mapas fotográficos violam o direito à intimidade, ao mostrarem imagens da rua e das casas sem autorização prévia.

O Executivo informa ainda que estão a ser estudadas medidas legais e possíveis alterações da legislação com vista a uma maior protecção da privacidade dos cidadãos. "O Google está a angariar uma quantidade excessiva de informação pessoal sobre os utilizadores de forma totalmente incontrolável", considera a ministra alemã responsável pela pasta da Protecção do Consumidor.

"Gostaria de saber quem realmente detém o controlo sobre os dados", refere a ministra, que conta com o apoio do Ministério do Interior nos seus intuitos, advertindo os utilizadores que a empresa que gere o motor de busca mais popular do mundo conta actualmente com perfis pessoais bastante precisos, "mais precisos até do que os detidos por qualquer Governo".

Pausa na guerra francesa de autores

Numa outra frente, a Google cedeu à solicitação dos editores franceses e vai retirar da sua biblioteca online uma centena de obras que incluíra sem autorização, mas não sem recorrer de parte da decisão do Tribunal de Grande Instância de Paris, que condenou a empresa norte-americana.

A empresa vai retirar mais de cem obras da editora La Martinière, mas tenta ainda que a justiça a dispense de publicar a sentença na rubrica "Livros" da sua página na Internet durante 15 dias, refere o Diário de Notícias.

Fontes da Google explicaram que a decisão de retirar as obras se enquadra na estratégia habitual do gigante da tecnologia, que acede ao pedido dos editores para o fazer sem necessidade de iniciar um processo legal. A nível económico, a decisão judicial poderia custar à Google 300 mil euros, segundo as estimativas da editora La Martinière, grupo que não descarta um futuro acordo com a empresa.