O Google Books está envolvido numa nova polémica devido ao seu programa de digitalização de livros. Desta vez, é uma organização chinesa de defesa de direitos de autor que acusa a empresa de incluir obras na sua biblioteca online sem autorização dos autores.

A acusação da Sociedade Chinesa de Direitos de Autor (China Written Works Copyright Society) veio a público hoje. De acordo com as declarações do porta-voz da associação à agência France Press, as informações recolhidas pela organização mostram que pelo menos 17.922 livros foram digitalizados e incluídos no Google Books sem autorização.

Do catálogo constam trabalhos de, pelo menos, 570 escritores chineses, entre os quais se incluem personalidades ligadas ao Governo e académicos de renome, alega este responsável.

"O Google violou normas de direitos de autor internacionalmente aceites, que dizem que qualquer processo de digitalização, recolha e utilização de obras devem ser precedidos de autorização e pagamento de uma compensação monetária aos autores ou gestores dos direitos", afirma a mesma fonte.

Segundo afirma, nenhum dos "contemplados" terá sido sequer notificado, pela empresa norte-americana, da utilização dos seus trabalhos. Adiantou ainda que pretende confrontar a Google com esta questão, mas ainda não avançou para qualquer processo judicial.

A associação está a incentivar todos os escritores chineses a manifestarem-se antes que o tribunal norte-americano profira a sua decisão sobre o novo acordo da Google - com leitura marcada para dia 9 de Novembro.

Os autores são aconselhados a procurar pelos seus trabalhos na biblioteca da Google e a prepararem-se para tomar medidas legais. Segundo o porta-voz da organização, "todos os dias" continuam a chegar novas queixas de autores e editores.
A Google ainda não comentou o caso.