Um relatório do Privacy International (PI) refere que o Google foi a empresa com pior cotação no que diz respeito à protecção da privacidade dos seus utilizadores. Os resultados da análise indicam que o Google realiza um seguimento exaustivo dos seus utilizadores e mantém uma postura hostil diante da defesa da privacidade dos mesmos.

As conclusões do grupo são baseadas em seis meses de investigação aos trabalhos de 23 companhias, entre as quais a AOL, Apple, Facebook, Google, Hi5, Microsoft, MySpace, Orkut e Yahoo, entre outras. Depois de estudar o comportamento de todas as entidades a Privacy Internacional apurou que nenhuma merece uma cotação tão negativa como o Google.


A empresa é acusada de não permitir que os internautas solicitem a eliminação dos seus dados, de não acatar as políticas de respeito à privacidade protocoladas internacionalmente e de reter as informações pessoais dos utilizadores por períodos de tempo alargados.

Por outro lado, empresas como a Microsoft e a Yahoo obtiveram cotações superiores ao Google, uma decisão que, para a PI "seria conflituosa".

Tal como o grupo de analistas previu, a resposta do Google não se fez demorar. De acordo com informações publicadas no site da Privacy Internacional, "o Google iniciou uma campanha junto dos media para desacreditar" o grupo e o relatório. As acusações ganharam novos contornos quando dois jornalistas europeus assumiram diante da PI que representantes do Google os haviam contactado referindo que a Privacy Internacional favorecia a Microsoft.

Nicole Wong, responsável pelos assuntos jurídicos do Google, afirma que a empresa está descontente com os resultados publicados pela PI porque a análise "baseia-se em numerosas imprecisões e mal-entendidos" nos serviços prestados pela companhia. A responsável adianta ainda que "foi uma pena que tenham decidido publicar o estudo antes que pudessemos discutir as nossas políticas de privacidade com ele".

Como resultado da acusação a PI publicou uma carta aberta onde confronta as acusações do Google. Entre os esclarecimentos publicados, o grupo de defesa dos direitos humanos exige um pedido de desculpa pelo desprestígio que deu ao trabalho e ao nome da Privacy Internacional.

Entertanto o site Vnunet adianta hoje que o Google já anunciou que vai começar a apagar as informações sobre buscas efectuadas pelos utilizadores depois de 18 ou 24 meses após a sua realização. A empresa refere que essa informação é essencial para melhorar o funcionamento do motor de busca e proporcionar melhores serviços.

As acusações de violação de privacidade efectuadas pela PI não são inéditas. O grupo já havia manifestado antes a sua preocupação acerca da protecção dos dados dos milhões de utilizadores que acedem aos serviços dos Google todos os dias.

Paralelamente, outras entidades, como a Comissão Federal do Comércio norte-americana, estão a estudar as implicações que a aquisição da DoubleClick poderá trazer dentro desta área, uma vez que o motor de busca guarda informações sobre pesquisas e hábitos de navegação de milhões de utilizadores, enquanto o DoubleClick verifica as actividades dos internautas através de cookies incluídos nos banners e troca informações acerca deles com os anunciantes para ajudá-los a chegar aos seus targets.


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