Os governos e os bancos continuam a delegar em excesso no utilizador a responsabilidade pela prevenção das ameaças de segurança na Internet. A opinião é de Eugene Kaspersky, o CEO da Kaspersky, que reclama uma intervenção mais global dos políticos para enfrentar as crescentes ameaças de segurança online.

Citado pelo VNunet, o responsável exemplifica com o nível de sofisticação hoje atingido pelos Trojan, não só capazes de obter detalhes do utilizador através de software key-logging, mas também de fazer capturas de ecrã que permitem ter acesso aos dados confidenciais que o utilizador registe num teclado virtual, também muito usados pelos bancos.

O responsável acredita que o crescimento da insegurança online só pode ser contornada com uma acção coordenada, acima da esfera de actuação de cada país, na prevenção dos crimes online.

O ideal seria que a responsabilidade pela segurança "fosse dos governos, não dos governos nacionais mas de um governo mundial, que criasse uma Internet mais segura e uma melhor regulação das redes".

O CEO da Kaspersky lembra ainda que a regulação das redes de água, transportes e electricidade já extravasa a esfera de competências nacional e sublinha que na Internet essa cooperação não existe.

A posição de Eugene Kaspersky é idêntica à manifestada recentemente pelo presidente italiano Sílvio Berlusconi, que também defendeu uma cooperação internacional na prevenção dos crimes online. O responsável garantiu aliás que vai levar o tema à próxima cimeira do G8 que terá lugar em Itália, em Julho do próximo ano.