Cerca de 484 mil subscritores no canal de YouTube, 26 anos de idade e desde 2014 a fazer produção de conteúdos sobre equipamentos tecnológicos em várias plataformas. Estes são alguns números que fazem parte do “ADN” de Bernardo Almeida, que à conversa com o SAPO TeK garante que o YouTube lhe deu a oportunidade de “conseguir encontrar uma profissão de sonho que não sabia que tinha”. Mas antes de chegar aqui esteve três anos “a trabalhar todos os dias a troco de nada”.

Assumindo-se um criador de conteúdos a 100%, Bernardo Almeida olha para o YouTube como uma forma de se conseguir o melhor de dois mundos: entreter e informar. As outras redes, como o Instagram, Facebook e Twitter “são de um consumo muito rápido, tendo uma componente muito forte de entretenimento, mas falta a parte da informação", considera.

"No YouTube consegue-se ter o melhor de dois mundos: entreter e informar"

Quando questionado sobre a utilização que faz das redes sociais, o criador de conteúdos português explica que se cinge bastante à área profissional, com o Instagram a ser a segunda plataforma de negócio mais forte. No entanto, por vezes, assume que pode partilhar, por exemplo, um pensamento ou uma ida a um restaurante de que tenha gostado.

"A história não é só o destino": A jornada do jovem português enquanto criador de conteúdos

Enquanto estava a fazer o curso de Engenharia Mecânica no Instituto Superior Técnico, tendo terminado a licenciatura, Bernardo começou a publicar vídeos no seu canal e a começou algo a que apelida como uma “brincadeira”.  "Tinha uma vontade enorme de comunicar sobre tecnologia, não tinha muitas pessoas com quem conversar sobre o tema e os meus amigos já estavam fartos de me ouvir", confessa.

A solução encontrada foi, no seu caso, o YouTube. "Na Internet deve haver alguém com quem eu possa falar e que goste tanto de tecnologia como eu gosto", pensou na altura. Desde então o interesse pela criação de conteúdos foi crescendo e alguns anos depois optou por fazer da inicial brincadeira uma profissão, uma escolha que diz ter sido fácil. "Só tomei essa decisão para o mundo algum tempo depois, mas já a tinha tomado para mim há muito tempo".

Passados seis anos do primeiro vídeo publicado no seu canal, quais as principais diferenças que Bernardo vê no seu trabalho? "A resposta mais óbvia seria em relação a equipamentos e claro que isso ajuda. Mas o que mais destaco é mesmo um know-how muito maior que tenho agora", garante o criador de conteúdos.

“As câmaras, o estúdio, as luzes, ter uma pessoa a trabalhar comigo são upgrades importantíssimos, mas se não tivesse desenvolvido skills de comunicação nada disso me valia”

Destacando a importância da persistência, que considera que se aplica ao caso de qualquer pessoa, o jovem português assume que durante os três primeiros anos do canal não ganhou nada em concreto. "Foi trabalhar todos os dias a troco de nada", afirma.

O que mudou então esta realidade? Resiliência, formação e empenho, como também a sorte e a possibilidade de viver com os pais nesse período e, por isso, ter mais condições para que isso acontecesse. Mas a verdade é que, num país como Portugal, nem sempre isso basta para se ser criador de conteúdos a full-time: “se fizermos tudo isto se calhar pode dar certo".