Recentemente, o governo norte-americano foi vítima de um ciberataque que terá levado a uma fuga de dados de várias agências federais, afetando também a FireEye, uma das maiores empresas de cibersegurança dos Estados Unidos, e a Microsoft. A “porta de entrada” dos cibercriminosos foi uma falha no servidor de atualizações do software de gestão de redes da SolarWinds, conhecido como Orion.
O The Wall Street Journal avança que pelo menos mais 24 empresas foram comprometidas pelo ciberataque, incluindo gigantes tecnológicas como a Intel, a Nvidia, a Cisco, a VMware e a Belkin. Na lista de entidades comprometidas e que utilizavam o software da SolarWinds estão também o California Department of State Hospitals e a Universidade de Kent, no Estado de Ohio.
Ao jornal, as empresas tecnológicas em questão confirmaram que estão a investigar o sucedido e que, para já, ainda não encontraram provas de que os seus sistemas tenham sido severamente afetados ou que hackers tenham acedido aos seus dados.
Ainda não existem muitas certezas em relação àquilo que os hackers fizeram nas diferentes organizações comprometidas. No entanto, investigadores e especialistas da área de segurança acreditam que, além de comunicações internas e segredos governamentais, os atacantes poderiam estar à procura de emails trocados entre executivos de grandes empresas, documentos sobre tecnologias em desenvolvimento, assim como formas de comprometer ainda mais sistemas informáticos.
Recorde-se que a SolarWinds soma mais de 300 mil clientes em todo o mundo, onde se incluem nomes como o Pentágono, a NASA, a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos ou os cinco maiores operadores de telecomunicações do país.
Ainda nesta semana, Donald Trump minimizou o impacto ciberataque de larga escala e apontou a China como um possível autor, contradizendo o secretário de Estado, Mike Pompeo, que horas antes havia responsabilizado a Rússia.
A Rússia já tinha negado o seu envolvimento no incidente. Um porta-voz do executivo russo desmentiu as notícias veiculadas pela imprensa norte-americana, que apontavam o governo de Putin como autor dos ataques informáticos.
Por outro lado, o governo chinês também já veio a público para se defender, classificando a acusação do presidente cessante norte-americano como “uma farsa". O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, não negou formalmente a tese do envolvimento de Pequim, mas afirmou que as acusações norte-americanas carecem de seriedade.
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