Os Estados Unidos continuam sob ataque informático desde o fim-de-semana passado e agora a Microsoft vem confirmar que também foi "infetada". A gigante tecnológica garante que detetou software malicioso na sua rede, mas que já o isolou e removeu.
No início de dezembro, uma das maiores empresas de cibersegurança norte-americana, a FireEye, foi alvo de um ataque. Os hackers recorreram a malware introduzido na rede de gestão de software disponibilizada aos clientes pela tecnológica Solar Winds.
Sendo cliente da Solar Winds, a Microsoft recorre ao Orion, o software de gestão de redes que foi utilizado nos alegados ataques russos em agências cruciais dos Estados Unidos. A gigante tecnológica, procurou, por isso, investigar se tinha sido de alguma forma afetada ou não. Agora sabe-se que sim, mas a empresa esclarece que não teve influência noutras pessoas. "Não encontrámos evidências de acesso a serviços de produção ou de dados de clientes", pode ler-se na declaração do presidente da Microsoft, Brad Smith.
"As nossas investigações, que estão em curso, não encontraram absolutamente nenhuma indicação de que os nossos sistemas foram usados para atacar outras pessoas", reforça a Microsoft.
Entre as várias soluções para profissionais de desenvolvimento de software, a Microsoft conta com o Microsoft Azure. A primeira versão foi apresentada em 2008 e, atualmente, a plataforma tem mais de 200 produtos e serviços de cloud concebidos para ajudar a dar vida a novas soluções. Compilar, executar e fazer a gestão de aplicações em várias clouds é possível com esta plataforma.
Brad Smith defende que estes ataques resultam de um "ato de imprudência"
Antes da declaração sobre a confirmação de ter sido afetada pelo ataque, Brad Smith já tinha escrito um longo artigo no blog da empresa sobre a "necessidade de uma resposta de cibersegurança forte e global”. No post, o líder da empresa garante ainda que a gigante tecnológica está a trabalhar com mais de 40 clientes “que os hackers visaram com mais precisão e comprometeram através de soluções e medidas sofisticadas”.
A publicação surge no seguimento do ataque informático aos Estados Unidos, estando já confirmado que afetou, pelo menos, "redes do governo federal”. Mas, como Brad Smith sublinha, estes últimos ataques, para além de visarem o governo, afetam também outras "instituições críticas", como empresas de segurança.
É neste clima de tensão que o presidente deixa claro o que, na sua opinião, é necessário que os Estados Unidos façam no que diz respeito à cibersegurança. Exige que "olhemos de forma clara para as ameaças crescentes que enfrentamos e nos comprometamos com uma liderança mais eficaz e colaborativa do governo e do setor de tecnologia dos Estados Unidos", considera.
Brad Smith chega mesmo a dizer que este tipo de ataques representam um "ato de imprudência" e não de espionagem, e que têm como resultado uma série de fragilidades para os Estados Unidos e o resto do mundo.
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