No dia 7 de outubro o Hamas fez um ataque surpresa a Israel, com resposta imediata de bombardeamentos na Faixa de Gaza. Segundo dados da Cloudflare, este dia assistiu a um aumento exponencial do tráfego de internet, sendo mais 170% em Israel e 100% na Palestina, quando comparados com os números da semana anterior aos ataques. A Cloudflare deu como explicação a necessidade de a população consultar as atualizações noticiosas, assim como a procura de mais informação sobre o que se estava a passar, usando as redes sociais e aplicações de mensagens.
Desde o início do conflito que a Cloudflare tem vindo a monitorizar o tráfego, anotando que a utilização de internet tem vindo a diminuir. Os bombardeamentos a Gaza cortaram cortes de eletricidade, água e internet. O corte do acesso à internet tem sido apontado como um perigo para os civis palestinos, que deixam de ter forma de comunicar e aceder às informações necessárias para se colocarem fora das zonas de perigo, como destacou a Human Rights Watch ao The Intercept.
Na mais recente atualização de monitorização, correspondente a dados deste domingo dia 22 de outubro, a Cloudflare diz que a maioria do território da Faixa de Gaza continua a ter disrupções de internet. E no Norte de Gaza os valores estão atualmente ao nível residual. E nem mesmo a ajuda humanitária que chegou pela fronteira do Egipto no sábado trouxe mudanças nos padrões de tráfego de internet. “Os níveis continuam muito mais baixos que o normal”, disse a Cloudflare.
Na cidade de Deir al-Balah foi registado menos 80% de tráfego de internet comparado com os valores pré-conflito. E quando comprado com o dia 20 de outubro, o tráfego baixou ainda mais 80% comparado com o período antes da guerra. No norte de Gaza, o tráfego caiu 65% quando comparado com o período antes da guerra. Em Rafah, perto da fronteira com o Egipto, há menos 64% de tráfego. A cidade de Khan Yunis é a menos impactada com as quebras, mas ainda assim baixou 28%.
Em contraste, a Cloudflare diz que o tráfego de internet em Israel tem sido geralmente mais elevado que o normal, assim como em outras regiões da Palestina fora da Faixa de Gaza. Salienta ainda que a maioria das redes em Gaza continuam offline, nomeadamente os seis operadores de rede: Fusion, AjyalFI, DCC, SpeedClick, JETNET e TechHub que desde o dia 20 de outubro estão completamente offline.
O ataque do grupo islamita Hamas, lançado a 07 de outubro contra Israel, tem gerado polémica pelos comentários de várias figuras públicas. O ataque fez cerca de 1.400 mortos e, em resposta, Israel tem vindo a bombardear várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco ao território com corte no abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já causou a morte de pelo menos 4.385 palestinianos na Faixa de Gaza, de acordo com os números divulgados pelas autoridades de saúde de Gaza.
As imagens captadas por satélites mostram o impacto no terreno.
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