Investigadores do Laboratório de Realidade Virtual da Universidade de Bufallo (UB) nos EUA acabam de anunciar a criação de uma tecnologia inovadora que permite a transmissão do sentido táctil pela Internet, avançou o site oficial da instituição. Esta é a mais recente tentativa de recriação e transmissão dos sentidos humanos por meios tecnológicos e segue-se a experiências similares desenvolvidas em relação ao olfacto.



A nova tecnologia, que os seus autores baptizaram sympathetic haptics , ou seja "a capacidade de sentir o que outra pessoa está a sentir", segundo Thenkurussi Kesavadas, director do Laboratório da Realidade Virtual da UB é "a única forma que uma pessoa tem de transmitir a outra a sensação de toque que sente quando está a fazer algo".



Apesar de esta tecnologia ainda estar longe de capturar e comunicar sensações complexas como a de uma tacada perfeita de golfe, Kesavadas e a sua equipa terão conseguido captar e transmitir posteriormente pela Internet a sensação de toque em objectos macios ou ásperos e a capacidade de tacteamento e reconhecimento de uma determinada forma.



Esta descoberta, que pode vir a ser revolucionária, poderá desencadear o desenvolvimento de uma nova série de tecnologias haptics (referentes ao tacto) que aprofundem esta possibilidade e usem a sensação táctil via Internet para o ensino de habilidades directamente ligadas com a sensibilidade do tacto, como a cirurgia, a escultura ou o golfe.



Na prática, este sistema funciona com a utilização de uma luva especial equipada com sensores que capta as sensações de suavidade ou aspereza que um objecto transmite a uma pessoa, registando-as em computador e transmitindo-as em forma de realidade virtual a outros PCs via Internet. Para descarregar estes dados, o receptor da informação, munido também de equipamento sensitivo, tem apenas de acompanhar um ponto no ecrã do seu computador que segue e transmite os movimentos e sensações que o seu destinatário anteriormente percepcionou. Estas sensações são transmitidas em forma de exerted force e informações acerca da posição dos objectos tocados.



Conforme explica o próprio Kesavadas, "quando a pessoa que recebe a sensação correspondente dos movimentos da pessoa que tacteou o objecto, ela não só percebe como a pessoa moveu a sua mão, como sente exactamente o mesmo tipo de forças que a outra pessoa sentiu".



Para esta equipa de investigação da UB, a tecnologia que acaba de anunciar pode vir a ser particularmente útil em aplicações relacionadas com tecnologias médicas. Por isso mesmo encontram-se de momento a estudar formas de melhor avaliar as pressões exercidas por cirurgiões especializados nos seus bisturís para o corte de tecidos de forma a que, no futuro, essas informações possam servir para o diagnóstico e tratamento de doenças vias Internet.



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