O governo português está empenhado em massificar o acesso à Internet em banda larga, garantiu hoje José Luís Arnaut, ministro-adjunto do primeiro ministro, durante a sua intervenção no Fórum Telecom & Media, um evento promovido pelo jornal Diário Económico. Uma acção necessária, segundo o mesmo responsável, para retirar Portugal da posição derradeira que ocupa actualmente a nível europeu no contexto da sociedade da informação.



"A banda larga necessita de um passo de gigante para obter um crescimento exponencial", referiu José Luís Arnaut ao mesmo tempo que salientava que esta tecnologia é um motor para áreas como o eLearning, a telemedecina ou o comércio electrónico e que sem ela não será possível tirar real partido do conhecimento.



O ministro adjunto propõe para tal um melhor aproveitamento das redes existentes e o desenvolvimento de infra-estrutura alternativa ou complementar. Para a implementação da banda larga, o responsável afirma que o Governo dará o exemplo com a criação e o lançamento de iniciativas de acesso à Internet de alta velocidade em universidades e escolas portuguesas.



De acordo com este responsável governamental, além da massificação da banda larga o Executivo tem outras metas a cumprir para a construção da Sociedade da informação que passam pelo e-Government e pela subsequente implementação de um sistema de compras publicas, necessário para aumentar a eficiência e reduzir custos, mas também para tornar os processos de compra do Estado transparentes. "Assim todos poderão saber quem comprou o quê, a quem e a que preços", explicou.



José Luís Arnaut considera que ainda há muito para fazer na Administração Pública portuguesa, afirmando que as iniciativas lançadas anteriormente na área do governo electrónico foram dispersas e sem grande impacto. O adjunto do primeiro ministro citou mais uma vez um levantamento recente que indica existirem 497 sites de Administração Pública em Portugal que se limitam a prestar informação, sem qualquer interactividade. "São raros aqueles que permitem efectuar transacções", salienta. "Fizeram-se boas montras digitais, com back offices analógicos".



Apesar de achar que o ponto de partida é "francamente decepcionante", o adjunto do primeiro ministro considera que o e-Government "é uma excelente oportunidade para desencadear um processo de transformação do Estado apoiado nas TICs". "É um desafio interessante para a construção de uma nova relação com os cidadãos", menciona o responsável, acrescentando que, nesta mudança política e cultural, esses mesmos cidadãos irão passar a ser vistos como clientes. "É a Administração Pública que serve o cidadão e não o contrário", referiu.



Neste sentido, José Luís Arnaut anunciou ainda que no início de 2003 estará pronto o protótipo do portal do cidadão - ponto único de acesso online dos cidadãos às funcionalidades de e-Government -, altura a partir da qual serão lançados os concursos para a implementação do projecto.



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