O executivo vai avançar com legislação para garantir o bloqueio, como garantiu o primeiro-ministro Anthony Albanese que esta quinta-feira apresentou um pacote de medidas que podem tornar-se lei no final do próximo ano.

“As redes sociais estão a prejudicar os nossos filhos e estou a dizer que isso vai acabar”, disse Anthony Albanese em conferência de imprensa.

A Austrália está a testar um sistema de verificação de idade para ajudar a impedir o acesso de crianças a plataformas de redes sociais, como parte de uma série de medidas que incluem alguns dos controlos mais rigorosos impostos por qualquer país até à data.

O primeiro ministro apontou riscos para a saúde física e mental das crianças que  decorrem do uso excessivo das redes sociais, em particular os riscos para as raparigas que são mais afetadas por representações prejudiciais da imagem corporal, mas também referiu conteúdos misóginos dirigidos a rapazes.

Vários países já prometeram restringir o uso das redes sociais pelas crianças através de legislação, embora a política proposta pela Austrália seja uma das mais rigorosas. Ainda assim, e até agora, nenhum país tentou utilizar métodos de verificação de idade, como a biometria ou a identificação governamental, para impor um limite de idade nas redes sociais, dois dos métodos que estão a ser testados na Austrália.

O Governo não quer que sejam dadas exceções, mesmo com consentimento dos pais ou educadores, bloqueando também os jovens que já têm contas nas redes.

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Na Europa a idade recomendada para criar conta nas redes sociais varia entre 13 e 16 anos, mas a maioria dos países optou pela idade mais baixa. É um sistema puramente declarativo e por isso há várias formas de contornar esta recomendação, com crianças a criar contas nas plataformas muito mais cedo.