Os problemas de isolamento associados aos videojogos costumam fazer manchete, criando-se a ideia de que as horas passadas frente às consolas e ao PC a jogar impedem os jovens de socializar e fazer novos amigos. Dois estudos publicados pela Universidade de Uppsala, na Suécia, conduzidos pelas investigadoras Lina Eklund e Sara Roman, focaram-se no efeito que a atividade de jogar tem na formação de amizades entre os mais jovens.
O estudo publicado esta semana conclui que, independentemente de serem jogadores ou não, os jovens fazem amizades com a mesma frequência. Tal como qualquer outra área de entretenimento ou cultura popular, como o cinema ou música, o interesse comum nos videojogos e partilha das experiências individuais leva à criação de novas amizades na escola.
Este estudo baseou-se nos 115 alunos do primeiro ano na escola secundária sueca, com idades compreendidas entre os 17 e 19 anos, começando por analisar as redes sociais criadas no início do ano letivo, e as alterações que sofreram até ao final, em três ocasiões diferentes. Foram ainda entrevistados 10 alunos que jogavam.
Os investigadores aprenderam que os jovens adotaram estratégias de gestão de tempo para que o período consumido em diversão com os jogos não tivesse impacto nas suas relações pessoais. Esse factor levou os jovens a serem mais selectivos nas suas amizades, mas não menos sociáveis.
No ano passado, a dupla de investigadoras centrou-se num estudo de como os adolescentes “gamers” faziam amigos offline, chegando a uma conclusão semelhante. Destaque para a importância do tempo como fator da formação de amizade. A tecnologia digital é um factor motivador à formação de amizade e jovens com identidades partilhadas conectam-se mais rapidamente. Já os jovens sem similaridades visíveis necessitam de mais tempo para formar elos, requerendo interações repetidas.
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