Na semana passada, vários websites do governo ucraniano foram alvo de um ciberataque de grande escala. Uma análise da Microsoft permitiu detetar evidências de uma “operação de malware destrutivo” que tem como objetivo afetar várias organizações na Ucrânia.
Numa publicação no seu blog oficial, o Centro de Inteligência contra Ameaças da Microsoft (MSTIC, na sigla em inglês) detalha que o malware detetado terá aparecido pela primeira vez em sistemas informáticos ucranianos no dia 13 de janeiro.
De acordo com os especialistas, o software malicioso destrutivo foi concebido para se parecer com ransomware, porém o seu objetivo não é obter um resgate, mas sim inutilizar os equipamentos das vítimas.
As equipas de investigação da Microsoft acreditam que o número de entidades afetadas pela operação de malware poderá continuar a aumentar. Entre as atuais vítimas incluem-se os sistemas de agências governamentais, assim como de organizações tecnológicas e sem fins lucrativos.
Para já, os investigadores ainda não conseguiram identificar a fase em que a operação se encontra, nem quantas vítimas poderão existir na sua totalidade na Ucrânia ou até noutras localizações.
Embora indique que, “devido à escala das intrusões observadas”, os especialistas ainda não foram capazes de avaliar a intenção das ações destrutivas, a Microsoft acredita que as mesmas apresentam um risco significativo para as agências governamentais, organizações e empresas localizadas na Ucrânia ou com sistemas informáticos no país.
Recorde-se que momentos antes dos websites ficarem inacessíveis, foi deixada uma mensagem, escrita em ucraniano, russo e polaco, que afirmava que os dados pessoais da população do país tinham sido transferidos para a rede pública. “Todos os dados no computador foram destruídos e é impossível restaura-los”, indicava a mensagem, acrescentando ainda que todos deveriam “ter medo e esperar o pior”.
Ainda ontem, o governo ucraniano acusou a Rússia de ser responsável pelo ataque aos seus websites, avançou a Lusa. “Hoje podemos dizer que todas as provas apontam para que seja a Rússia que está por detrás do ciberataque. Moscovo continua a travar uma guerra híbrida e está apostando, de uma forma ativa, as suas forças na esfera da informação e do ciberespaço”, acusou o Ministério da Transformação Digital da Ucrânia, num comunicado publicado na Internet.
O ministério indicou que o Serviço Especial de Comunicações do Estado, o Serviço de Segurança da Ucrânia e a Polícia Cibernética continuam a investigar o ataque que afetou cerca de 70 páginas oficiais do Governo, mas ressalvou que até agora todas as suspeitas apontam para a Rússia.
A União Europeia condenou o incidente, com Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, a indicar que vão ser mobilizados "todos os recursos” para ajudar Kiev perante um ataque que já era temido. Também Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, condenou o ciberataque sofrido pela Ucrânia e anunciou que nos próximos dias a Aliança Atlântica assinará um acordo de cooperação cibernética com Kiev.
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