O chefe da diplomacia europeia condenou hoje um ciberataque de que a Ucrânia foi alvo na última madrugada e disse que a União Europeia vai “mobilizar todos os recursos” para ajudar Kiev perante um ataque que já era temido.
“Infelizmente, já esperávamos que isto pudesse acontecer. Evidentemente, não podemos apontar o dedo a ninguém, pois não temos provas, mas podemos imaginar” quem está por detrás do ciberataque, disse Josep Borrell, à entrada para uma reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 da União Europeia (UE) em Brest, França, marcada precisamente pelas tensões a leste, entre Ucrânia e Rússia.
Borrell adiantou que foi já convocada hoje de manhã uma reunião de emergência dos embaixadores do Comité Político e de Segurança, para analisar como a UE pode reagir e “prestar assistência técnica à Ucrânia para aumentar a sua capacidade de resistência a este tipo de ataques”.
“Vou pedir aos Estados-membros que, mesmo não sendo a Ucrânia membro da UE e não participe no projeto da Cooperação Estruturada Permanente, possamos mobilizar os recursos de que dispomos para enfrentar este tipo de ataque. Assim, mobilizaremos todos os recursos para ajudar a Ucrânia a enfrentar este ciberataque”, disse o representante comunitário.
A Ucrânia denunciou hoje um ciberataque em grande escala contra vários websites governamentais, incluindo a página na Internet do Ministério dos Negócios Estrangeiros, ocorrido na última madrugada.
Momentos antes dos websites ficarem inacessíveis, foi deixada uma mensagem, escrita em ucraniano, russo e polaco, que afirmava que os dados pessoais da população do país tinham sido transferidos para a rede pública. “Todos os dados no computador foram destruídos e é impossível restaura-los”, indicava a mensagem, acrescentando ainda que todos deveriam “ter medo e esperar o pior”.
Um porta-voz do ministério dos negócios estrangeiros afirmou que ainda é demasiado cedo para saber quem está por trás do ataque, mas, tendo em conta incidentes semelhantes que ocorreram no passado, a origem pode ser russa. O governo do país já abriu uma investigação ao ciberataque. O ministério dos negócios estrangeiros da Rússia ainda não fez comentários acerca do sucedido.
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