A unidade de desenvolvimento para plataformas móveis da Miniclip é recente mas já soma vários sucessos, entre os quais estão jogos conhecidos como o Fragger, o Gravity Guy ou o iStunt. No total a empresa já acumula mais de 50 milhões de downloads de jogos para telemóveis, que são desenvolvidos no estúdio criado em Portugal.

"Em Portugal está todo o trabalho de produção e conceptualização dos jogos para telemóveis", explicou ao TeK Sérgio Varanda, diretor da divisão de smartphones da Miniclip. O estúdio português foi criado no início do ano passado e o crescimento tem sido exponencial, passando de cinco colaboradores para mais de 20 em poucos meses, o que o torna a segunda maior operação da empresa multinacional que mantém escritórios no Reino Unido, Suiça, Estados Unidos e Estónia.

E os números que mostram os resultados no terreno são ainda mais impressionantes. A Miniclip está já no top das empresas com mais download de jogos no iPhone, onde faz mais de 80% das suas receitas, e agora quer alargar este domínio aos principais sistemas operativos móveis, sobretudo Android, Windows Phone 7 e Symbian, tirando partido de uma plataforma desenvolvida em Portugal.

[caption]gravity guy[/caption]

Quando foi criada, em 2001, a Miniclip começou por desenvolver jogos web, tirando partido da facilidade de acesso às aplicações interactivas sem necessidade de instalação de software adicional, mas o potencial das plataformas móveis levou a que a empresa apostasse na sua exploração de forma mais intensa.

Os títulos móveis que lançou este ano estiveram todos no top 10 de downloads pagos da loja da Apple, ganhando escala e capacidade de anunciar novos títulos a partir da promoção cruzada garantida com os downloads dos jogos já realizados.

"O mercado de aplicações móveis é muito competitivo e cada vez é mais difícil para uma empresa conseguir ter sucesso e fazer dinheiro. Na Miniclip temos a vantagem de poder fazer promoções cruzadas com a base de utilizadores instalada, que já ultrapasssa os 50 milhões", adianta Sérgio Varanda.

O modelo comercial aplicado pela empresa passa pela oferta de jogos pagos, mas também versões grátis com conteúdo limitado. "Este modelo funciona muito bem. Dependendo dos jogos conseguimos ter taxas de conversão de versões grátis para pagas de 10 a 20%, o que varia conforme o sucesso do jogo e a forma como é feito o upsell", justifica o diretor da unidade de smartphones.

Os micropagamentos de itens comprados dentro dos jogos é também outra área que a Miniclip está a explorar e que tem resultado no iOS da Apple, também impulsionada pela facilidade de aquisição nesta plataforma e a percepção de segurança que os utilizadores têm. "Actualmente os jogos grátis são os que fazem mais dinheiro nas plataformas móveis", lembra Sérgio Varanda.

[caption]fragger[/caption]

A aposta que a Miniclip está a fazer na plataforma Android, para onde quer migrar este ano os seus principais jogos, pode não ser tão rentável como a loja da Apple, onde são geradas actualmente mais de 80% das receitas da empresa.

A publicidade é ainda um dos modelos dominantes nos jogos Android, até porque o perfil de utilizadores é diferente e as pessoas não estão tão disponíveis para comprar aplicações, existindo também ainda algumas limitações na facilidade de aquisição.

Mas Sérgio Varanda não tem dúvida de que esta será uma das plataformas dominantes para quem desenvolve conteúdos e aplicações móveis, colocando ainda algumas interrogações em relação ao Windows Phone 7, dependendo da forma como o sistema operativo da Microsoft evoluir nos próximos meses.

Por isso o objetivo da empresa é, nos próximos dois meses, colocar todos os jogos mais relevantes em Android, Windows Phone 7, Symbian e Meego, mas também na loja de aplicações MacOS da Apple.

"Criámos a tecnologia para que esta migração seja feita de forma rápida, através de uma plataforma desenvolvida em Portugal, que estamos também a usar para converter títulos de outros publishers", sublinha Sérgio Varanda.

Para o estúdio criado em Portugal as expetativas são positivas. O diretor da unidade de smartphones da Miniclip quer no próximo ano tentar superar o volume de downloads conseguidos até agora, com a ajuda do Android, e nos próximos dois anos contratar mais 20 a 30 pessoas para o escritório que está localizado no TagusPark, em Oeiras.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador