Dois estudos divulgados recentemente mostram que afinal as políticas que procuram restringir o acesso livre à Internet em algumas empresas podem não ser muito inteligentes. Os estudos mostram que os trabalhadores que fazem pausas entre o trabalho conseguem ser mais produtivos que os colegas que apostam em estratégias "non-stop".



Por outro lado, parar para navegar na Internet revela um efeito mais positivo que uma pausa para responder emails, ou fazer chamadas telefónicas, por exemplo. Os investigadores concluem que é assim porque quando opta por navegar na Internet, o utilizador está a realizar uma atividade sobre a qual exerce total controlo. É ele que escolhe os sites que vai visitar e por isso a experiência desencadeia prazer, felicidade e, consequentemente, ajuda a relaxar.



Quem navega na Internet durante as pausas de trabalho revela no estudo níveis mais baixos de exaustão mental e aborrecimento, bem como maior capacidade de compromisso e motivação perante as tarefas.



Quando navegam na Internet "as pessoas escolhem apenas os sites que gostam e isso tem um efeito idêntico ao de ir tomar um café ou comer um lanche. Pausas deste género são agradáveis e revigorantes", defende um dos autores do estudo citado pelo The Wall Street Journal, que detalha os resultados da pesquisa.



Noutras atividades, como a resposta a emails, é exigida da parte do cérebro outro tipo de resposta e por isso a tarefa não tem os mesmos efeitos positivos, revelando menor potencial para se afirmar como uma ajuda para recarregar baterias e melhorar a performance do trabalhador. Os autores do estudo afirmam aliás que esta é uma tarefa altamente potenciadora de distrações.



Os estudos que apuram estas conclusões integram um trabalho designado por Impact of Cyberloafing on Psychological Engagement, de Don J.Q. Chen e Vivien K.G Lim da Universidade Nacional de Singapura, apresentado nos Estados Unidos.



Num dos estudos o alvo foram 96 estudantes de gestão que foram divididos por três grupos, para desempenhar tarefas específicas. Através destas tarefas foram comparados os efeitos de permitir a navegação online nas pausas do trabalho, com os efeitos de uma proibição. Um outro estudo analisou o comportamento de 191 adultos e chegou a resultados idênticos.



Os autores apontam por isso como recomendação às empresas uma postura mais permissiva no que se refere à navegação web pessoal, concedendo tempo e algumas permissões aos trabalhadores para o fazerem. A restringir tarefas pessoais a aposta deve passar pelo email pessoal.




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