É sabido que a Netflix está a trabalhar numa forma de impedir os seus utilizadores de partilharem passwords com amigos e familiares. No entanto, um estudo conduzido pela Aluma Insights, mostra que talvez a empresa queira repensar a estratégia.

Segundo a empresa, 13% dos subscritores norte-americanos estão preparados para cancelar as suas contas, caso a Netflix decida cobrar três dólares por cada utilizador não doméstico que faça uso de uma conta.

A Netflix revelou recentemente que há cerca de 100 milhões de domicílios a fazer uso de contas pelas quais não pagam, sendo que 30% desses são norte-americanos. A empresa perdeu cerca de 636 mil seguidores nos EUA, durante o primeiro trimestre do ano e acredita ser capaz de recuperar parte das receitas através da implementação de um sistema que inviabilize a livre partilha de contas.

Michael Greeson, fundador e analista na Aluma, acredita que "remover este privilégio numa altura em que os preços dos combustíveis, da comida e de outros bens essenciais estão a aumentar" pode impelir até os utilizadores mais leais a abandonarem a plataforma.

Netflix volta a tentar acabar com a partilha de contas através de nova funcionalidade
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No estudo, onde foram inquiridos 2.200 utilizadores, 13% afirmaram que cancelaria o serviço, caso a Netflix implementasse o sistema de cobrança complementar por utilizador, ao passo que 12% admitiram ponderar o pagamento de pelo menos um utilizador adicional. Note que este é um sistema que já está a ser testado em três países (Chila, Costa Rica e Peru).

Greeson acredita que apesar das intenções manifestadas, apenas metade destes 13% cancelariam, de facto, o serviço. O analista, que acumula 20 anos de experiência no estudo do comportamento do consumidor, indica que existem grandes diferenças entre a intenção e a prática e sublinha que a Netflix goza de uma boa reputação junto do público, uma variável que importa ter em conta quando se ponderam estudos deste género.

O analista leva mais à letra a estimativa de utilizadores que admitem pagar por, pelo menos, um utilizador complementar, uma vez que a maioria destes partilha as suas passwords com familiares e amigos, pelo que será sempre mais económico pagar mais três dólares por um utilizador do que pagar dois serviços na totalidade.

A pergunta que importa face a este cenário é, no entanto, se os ganhos potenciais justificam a implementação deste regime e Greeson acredita que sim. "Depende de quão elegante for a solução para a partilha de passwords. Nos últimos anos, por forma a aliviar migrações para outras plataformas, os executivos da Netflix foram consistentes na execução de uma filosofia que defende que a implementação de soluções não deve provocar grandes mudanças", acrescenta.

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