A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), liderou uma operação policial internacional, tendo em vista o desmantelamento de uma estrutura criminosa, que se dedicava ao branqueamento de avultadas quantias em dinheiro, associadas a burlas informáticas cometidas por todo o mundo, mas em especial na Europa e Estados Unidos da América.

A investigação, que a PJ refere como complexa, de combate ao cibercrime organizado internacional, foi realizada entre outubro e novembro de 2019. A organização, que era composta por algumas dezenas de indivíduos, todos eles de nacionalidade estrangeira, terá sido responsável pelo branqueamento de mais de 10 milhões de euros, com origem em cibercrimes, em diferentes partes do mundo.

A chamada Operação “2BaGoldMule” teve a coordenação da Europol e Portugal, juntamente com os Estados Unidos, liderou e desencadeou a operação em larga escala. Estiveram ainda envolvidos diversos países espalhados pelo mundo como a Áustria, Itália, República Checa, Bulgária, Polónia, Geórgia, Espanha, Suíça, Suécia, Letónia, Reino Unido, Bélgica, Alemanha e Austrália.

Ao todo, foram detidos 20 suspeitos, realizadas mais de 40 buscas domiciliárias e não domiciliárias, e foram apreendidos diversos elementos de prova em países como a Letónia, Bulgária, Reino Unido, Espanha e Itália. No caso da Letónia, a PJ enviou uma equipa de investigadores, ajudando as autoridades do país a deter cinco indivíduos dessa nacionalidade, através de mandatos de detenção europeu.

E o mesmo procedimento foi feito na Polónia, dando origem à detenção de um suspeito, cujo perfil e dados obtidos o colocam na frente desta organização criminosa com atividades em Portugal. Os detidos foram depois extraditados para Portugal e presentes a interrogatório judicial, sendo-lhes aplicado prisão preventiva como medida de coação, refere a PJ em comunicado.